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Lucro da AstraZeneca cresce impulsionado por sucesso de medicamentos contra câncer

A empresa tem como meta atingir US$ 80 bilhões em vendas até o final da década

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 07h13.

A farmacêutica AstraZeneca divulgou nesta quinta-feira, 6, em seu balanço do quarto trimestre de 2024, que teve lucro e receita acima das expectativas de mercado.

A empresa informou que o lucro por ação, excluindo alguns itens, foi de US$ 2,09, acima da estimativa de US$ 2,04 de analistas ouvidos pela Bloomberg. Após a divulgação, as ações da companhia chegaram a subir 3,4% no início das negociações em Londres.

Os bons resultados da empresa foram impulsionados pelo sucesso de vendas de seus novos medicamentos contra o câncer, em especial o Enhertu (para câncer gástrico) e o Tagrisso (para câncer pulmonar).

A AstraZeneca projeta um crescimento significativo nos próximos anos, com uma meta de US$ 80 bilhões em vendas até o final da década.

Os resultados do quarto trimestre devem tranquilizar os investidores sobre as perspectivas de crescimento da empresa. Em 2025, a farmacêutica vai divulgar os resultados de pesquisas de sete novos medicamentos. Entre eles, está uma terapia oral para câncer de mama chamada Camizestrant, além de novas possibilidades de uso para medicamentos existentes, como o Enhertu.

Há também grande expectativa sobre os resultados do Datroway, um tratamento desenvolvido em parceria com a Daiichi Sankyo que recentemente obteve aprovação nos Estados Unidos e na União Europeia para um grupo restrito de pacientes com câncer de mama. Os testes, por enquanto, mostraram resultados mistos, mas a Astrazeneca acredita que o medicamento pode atingir vendas anuais de pelo menos US$ 5 bilhões.

Conflitos na China e no Reino Unido

Recentemente, as ações da AstraZeneca caíram em meio a preocupações dos investidores sobre o impacto de uma investigação da China contra a companhia. As autoridades chinesas estão investigando funcionários atuais e antigos da companhia por supostas violações de leis relacionadas à importação de medicamentos, privacidade de dados e reembolso de seguros.

Nesta quinta-feira, a empresa deu mais detalhes sobre o caso. A farmacêutica disse que recebeu uma notificação da alfândega da cidade de Shenzhen em janeiro sobre a suspeita de impostos de importação não pagos no valor de US$ 0,9 milhão, provavelmente relacionados aos medicamentos contra o câncer Imfinzi e Imjudo. A empresa estima que pode receber uma multa de até cinco vezes esse valor.

Somado a isso, a companhia teve uma queda nas vendas no mercado chinês no último trimestre do ano passado. Os executivos atribuem essa redução a um baixo número de infecções respiratórias sazonais e aos impactos das dinâmicas orçamentárias dos hospitais chineses no final do ano.

No Reino Unido, a AstraZeneca também se envolveu em um conflito público com o governo do país. A empresa abandonou seus planos para a construção de uma nova fábrica de vacinas no país após não conseguir um acordo com as autoridades britânicas.

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