Radar: mercado acompanha números de Coca-Cola, Tesla e Boeing (Regis Duvignau/Reuters)
Repórter de finanças
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 08h47.
Os mercados internacionais operam de lado na manhã desta quarta-feira, 23. Em todos os mercados, o clima é de cautela à medida que diminui a expectativa de cortes de juros mais agressivos nos Estados Unidos, devido à resiliência da economia por lá e preocupações fiscais com o aumento da possibilidade da vitória de Trump. Com isso, os treasuries sobem e os índices futuros de Nova York recuam.
Na Europa, os mercados operam sem direção única, também impactados pela maior aversão ao risco. Por lá, investidores também repercutem balanços de pesos pesados, como o banco alemão Deutsche Bank e a cervejaria holandesa Heineken.
Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, na esteira da sessão anterior fraca em Wall Street. Liderando os ganhos, o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,27%, enquanto o Xangai Composto avançou 0,52%, o que pode ser um ligeiro reflexo otimista das últimas medidas anunciadas por Pequim.
De olho na temporada de balanços, o destaque na Europa foi a divulgação do gigante bancário alemão Deutsche Bank, que lucrou mais do que o esperado no terceiro trimestre, mas decepcionou em relação às provisões para perdas com empréstimos, fazendo a ação recuar 3% na sequência do resultado (por volta das 7h).
Já a segunda maior cervejaria do mundo, a Heineken, agradou os investidores com o volume de cerveja, o que fez a ação da fabricante subir 2,3% no mesmo horário em Amsterdã. Ainda é aguardado a divulgação de Carrefour, na França.
Nos EUA, as atenções se voltam para a divulgação pela manhã dos números da AT&T (NYSE: T), Coca Cola (NYSE: KO) e Boeing (NYSE: BA), enquanto de noite o foco será Tesla (NASQ: TSLA). Por aqui, o mercado aguarda o balanço de Vale (VALE3) que sai amanhã pós-mercado.
A empresa de telecomunicações AT&T reportou um prejuízo líquido de US$ 174 milhões no terceiro trimestre de 2024. Após o resultado, a ação cai 2,3% no pré-mercado de NY. Já a Coca-Cola reportou um lucro de US$ 2,85 bilhões no período, o que fez a ação subir 1% no pré-mercado.
O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) divulgou ontem a prévia operacional do terceiro trimestre. Nas vendas consolidadas brutas em hipermercados, o montante somou R$ 29,5 bilhões no período, representando um aumento de 4,8% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
No critério de vendas em mesmas lojas (like-for-like, ou LFL), o Atacadão, que faz parte do grupo, registrou crescimento de 5,6%, enquanto o Sam's Club, também operado pelo grupo, apresentou um aumento de 3,2%. Já o Carrefour Varejo, excluindo vendas de gasolina, teve um avanço de 7,1%.
Hoje, também há a divulgação do Livro-Bege, que pode trazer mais pistas sobre o rumo da política monetária americana. Entretanto, dados das últimas semanas reforçaram a expectativa que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) adotará uma postura mais hawkish (tendendo para menos cortes) nos próximos encontros.
Às 8h24, a plataforma FedWatch, do CME Group, apontava que 91% dos investidores esperam um corte de 25 pontos-base na reunião do Comitê de Política Aberta (Fomc, na sigla em inglês) do dia 7 de novembro.
O mercado também acompanha discursos de dirigentes do Fed, da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey. O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, e o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Paulo Picchetti, participarão de eventos em Washington, onde estão sendo realizadas as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Terça-feira, 23 de outubro