Libra esterlina: no fim da tarde em Nova York, a libra caía para US$ 1,2727 de US$ 1,2946 (Chris Ratcliffe/AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de junho de 2017 às 20h00.
Nova York - A libra manteve-se em forte baixa nesta sexta-feira, 9, após a primeira-ministra Theresa May, do Partido Conservador, perder sua maioria absoluta no Parlamento.
O dólar, por sua vez, subiu ante as moedas fortes em geral, embora sem tanta força, e não manteve sinal único diante das divisas emergentes e commodities.
No fim da tarde em Nova York, a libra caía para US$ 1,2727 de US$ 1,2946.
O dólar subia a 110,25 ienes e o euro recuava a US$ 1,1199.
O partido de May era apontado como favorito para manter a maioria absoluta na eleição geral da quinta-feira, mesmo que as pesquisas mostrassem uma disputa mais acirrada nos últimos dias.
Nesta sexta-feira, a premiê resistiu aos pedidos para que renuncie e se comprometeu a fechar uma coalizão de governo.
Analistas disseram que o resultado eleitoral traz sinais conflitantes para a libra. Investidores podem temer que um Parlamento sem maioria absoluta gere um novo período de incerteza política, com o Partido Conservador em posição mais fraca, mas isso pode ao mesmo tempo reduzir a probabilidade de um cenário de ruptura mais dura com a União Europeia, o chamado Brexit, o que os investidores temem.
"Os mercados interpretarão o resultado da eleição geral como uma rejeição à posição dura de May nas negociações que ocorrerão com a UE e a consequente visão de um Brexit mais brando é mais provável", afirmaram analistas do Nomura.
Mesmo diante de um resultado eleitoral inesperado no Reino Unido, investidores mantiveram-se em geral calmos na sexta-feira e os ativos que em geral sobem em momentos de estresse no mercado registraram queda.
O dólar avançou ante o iene e o franco suíço durante a sessão, enquanto o ouro recuou.
Estrategista de câmbio do Jefferies Group, Brad Bechtel afirmou que o mercado deixou muitos riscos para trás e pode ter havido um movimento de alívio.
Investidores deram pouco peso à decisão do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros ontem, e ao depoimento ao Senado americano de James Comey, ex-diretor do FBI.
Comey disse que Trump o pressionou para que arquivasse uma investigação sobre um ex-assessor da Casa Branca, o que o presidente nega.