Bolsa: as empresas vão responder nos balanços ao otimismo dos investidores? (Germando Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2019 às 07h04.
Última atualização em 22 de julho de 2019 às 08h02.
A melhora econômica já chegou às maiores empresas do país? A temporada de balanços referentes ao segundo trimestre de 2019, que começa nesta segunda-feira (22), deve mostrar a capacidade das companhias listadas de melhorar seus resultados diante da lenta recuperação do PIB.
Os últimos números apontaram um recuo nas previsões de crescimento econômico de 2019, de 2,5% para a casa dos 0,8%.
Entre os destaques da semana estão os resultados da empresa de pagamentos Cielo (terça), do banco Santander, do Pão de Açúcar e da Telefonica (quarta), da cervejaria Ambev e do banco Bradesco (quinta), da siderúrgica Usiminas (sexta).
A semana também terá uma onda de balanços internacionais, com a divulgação de resultados de empresas como Amazon, Boeing, Facebook, Ford, McDonald’s, Volks e Nestlé.
Tanto aqui quanto lá fora, há um pano de fundo em comum. A capacidade das empresas listadas de responder ao otimismo de investidores que estão correndo às bolsas em virtude de juros historicamente baixos pelo mundo.
Nos Estados Unidos, a previsão é que o banco central baixe os juros em reunião no fim do mês. No Brasil, também há expectativa de redução de juros pelo banco central no curto prazo.
No Brasil, a onda de juros baixos tende a mudar uma correlação histórica entre lucro das empresas e valor do Ibovespa, o principal índice de ações do país.
A média histórica é próxima da atual, de 11,5 vezes. Mas a equipe de análises da gestora AZ Quest calcula que há espaço para um novo ponto de equilíbrio, perto da casa de 14,5 vezes. Seria o suficiente para impulsionar a bolsa em 30% nos próximos trimestres — mas é consenso que uma melhora nos resultados das companhias ajudaria a manter o ritmo de 2019, quando o Ibovespa já subiu 15%.
Segundo a XP Investimentos, a temporada de balanços deve ser “relativamente fraca, frente ao cenário desafiador para a atividade econômica”. A XP prevê um avanço de 0,3% do PIB no segundo trimestre frente ao primeiro. O varejo deve continuar sofrendo, com exceção do ecommerce e da Renner.
O setor financeiro não deve ter um trimestre “extraordinário”. Exportadoras, como a empresa de alimentos JBS e a mineradora Vale, devem voltar a apresentar bons números. Já o Bank of America Merrill Lynch divulgou documento prevendo um boom em resultados para o segundo trimestre, puxado pela alta de commodities e recuos nas despesas financeiras.