Escócia: no Reino Unido, o principal foco de preocupações era a votação de independência da Escócia (John Lindie/Flickr via Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 14h48.
São Paulo - As bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, 08, pressionadas por preocupações com o referendo de independência da Escócia, marcado para o próximo dia 18, e com a crise entre a Ucrânia e a Rússia. O índice pan-europeu Stoxx 600 perdeu 0,4% e fechou aos 346,09 pontos, depois de subir 1,6% na semana passada e acumular uma série de quatro semanas de altas.
Os investidores estão cautelosos com relação ao cessar-fogo entre o governo ucraniano e separatistas no leste do país. Apesar de a trégua ter sido declarado entre forças ucranianas e separatistas pró-Moscou no leste do país, na última sexta-feira, 05, pelo menos um civil foi morto ontem em bombardeio na cidade portuária de Mariupol e houve relatos de explosões na área do aeroporto de Donetsk.
Enquanto isso, a União Europeia considera a possibilidade de adotar novas sanções à Rússia nesta terça-feira, segundo diplomatas com conhecimento do assunto.
No Reino Unido, o principal foco de preocupações girou em torno da votação de independência da Escócia. Segundo uma pesquisa do instituto YouGov, 47% dos entrevistados disseram "sim" à separação da Escócia, enquanto 45% afirmaram ser contra.
Os economistas têm alertado sobre as consequências para uma cisão do território do Reino Unido. O Goldman Sachs, por exemplo, declarou na semana passada que a medida poderia causar uma crise tanto para economia da Escócia quanto do Reino Unido, de acordo com relatos na mídia internacional.
Com isso, o índice FTSE 100, de Londres, perdeu 0,30%, aos 6.834,77 pontos. Entre as baixas, as ações da empresa do setor de Defesa Babcock recuaram 2,35%, uma vez que aproximadamente 10% das receitas da companhia vem de serviços de apoio à frota britânica de submarinos em Faslane. Além disso, os papéis do Royal Bank of Scotland caíram 1,30%.
Além dos sinais de alerta com Ucrânia e Reino Unido, a China voltou a atrair a atenção dos participantes dos mercados na Europa ao apresentar um desempenho comercial misto em agosto.
Apesar de o gigante asiático ter garantido um superávit comercial recorde no mês passado, de US$ 49,8 bilhões, e de as exportações terem crescido ligeiramente mais que o esperado, com alta de 9,4%, as importações tiveram um recuo inesperado de 2,4%, contrariando previsão de aumento de 2,7%.
Na Bolsa de Paris o índice CAC-40 caiu 0,26%, para 4.474,93 pontos, em seguida a duas semanas de ganhos e na ausência de indicadores econômicos relevantes. ArcelorMittal subiu 1,8%, impulsionada pela elevação da recomendação dos papéis da empresa por um analista.
A Bolsa de Milão terminou com o índice FTSE-MIB em baixa de 0,47%, aos 21.294,34 pontos. Os bancos estiveram entre os piores setores no dia, com Banca Monte dei Paschi em queda de 1,4% e UNI Banca recuando 1,1%. O índice IBEX-35, de Madri, perdeu 0,42%, aos 11.102,60 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI-20 encerrou com queda de 0,40%, aos 6.030,81. As ações da Portugal Telecom subiram mais de 1% na capital portuguesa, mas o índice não escapou às incertezas geopolíticas. Hoje é o dia da reunião de acionistas da Portugal Telecom que decidirá sobre a fusão com a brasileira Oi.
O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, foi exceção e fechou em alta de 0,11%, aos 9.758,03 pontos. As ações da Lufthansa ajudaram a sustentar o índice ao subirem 1,1% depois de suas operações terem sido normalizadas no fim de semana, em seguida a um alerta de greve feito pelos pilotos da empresa.
Na ponta oposta, BASF liderou as perdas e encerrou a sessão com -0,8% após informar que vai aumentar os preços da metilamina, usada na proteção de lavouras, no tratamento de água e em produtos de higiene pessoal.
Com informações da Dow Jones