Fábrica da Klabin (KLBN11) (Marcelo Min/Exame)
As ações da Klabin (KLBN11) estão sofrendo nesta quinta-feira, 21, chegando a cair até 6% ao longo do pregão.
Os papéis da Klabin abriram o pregão em queda após o anuncio de um investimento de R$ 1,57 bilhão, incluindo cerca de 200 milhões de impostos recuperáveis, em uma nova fábrica de papel ondulado.
O investimento da gigante da celulose, chamado de Projeto Figueira, é uma nova planta de papel ondulado na cidade de Piracicaba no interior de São Paulo.
Segundo o fato relevante divulgado pela Klabin, o montante investido será desembolsado nos anos de 2022 e 2024 e sairá do caixa da empresa.
O início das operações da nova unidade está previsto para o segundo trimestre de 2024, e tem como objetivo aumentar exponencialmente a produção de papel ondulado da Klabin.
A produção estimada da nova unidade é de 240 mil toneladas de papelão ondulado, que, serão somadas futuramente à produção da unidade Projeto Horizonte.
O resultado esperado pela Klabin é de uma capacidade nominal de conversão de papelão ondulado de 1,3 milhão de toneladas por ano.
Por fim, a companhia ressalta que o Projeto Figueira está alinhado com os seus valores planos de crescimento.
A Klabin é líder no segmento de produção de papel ondulado, com 24% do mercado.
O mercado não gostou do anúncio da Klabin, considerando o investimento alto demais.
Segundo os analistas do Itaú BBA (ITUB4), "o projeto não parece ser um acréscimo do ponto de vista financeiro".
"Do lado positivo, reconhecemos a maior resiliência dos lucros após a integração do kraftliner em caixas de papelão ondulado", salientaram os analistas do banco, explicando como não acreditam "que este projeto seja agregador para a Klabin, com um capex/tonelada de R$ 6.500 que parece superior às operações de M&A do setor no Brasil".
Para o Itaú BBA, em suma, o custo de capital que a Klabin deverá investir por cada tonelada de celulose produzida é alto demais.
Os analista do Morgan Stanley também concordaram com o fato que o projeto é muito caro, por causa da intensidade de investimento prevista.
“O acordo de IP provavelmente foi uma oportunidade única com termos muito atraentes, mas o novo projeto parece ainda mais caro, em R$ 15.700/t, se considerarmos apenas a capacidade incremental líquida de 100kt”, escreveram os analistas do Morgan Stanley.
Além dos analistas do mercado, alguns conselheiros da Klabin votaram contra a aprovação do projeto ou deixaram registrado seu comentário sobre a discussão, entre eles: