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Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 16h14.
As taxas futuras de juros deixaram de acompanhar, à tarde, a queda do dólar ante o real e passaram a operar muito perto da estabilidade. Isso porque os investidores passaram a trabalhar de forma mais cautelosa antes da divulgação, na quinta-feira, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Além disso, a melhora dos negócios no exterior ajudou a contrabalançar a desvalorização do dólar após mais uma medida do governo.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (590.770 contratos) marcava 7,10%, ante 7,09% do ajuste. O contrato para janeiro de 2015 (193.455 contratos) estava em 7,59%, ante 7,60% na véspera. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (142.620 contratos) indicava 8,51%, de 8,53% ontem, enquanto o DI para janeiro de 2021 (4.840 contratos) apontava 9,24%, ante 9,25% no ajuste.
"Depois de passar a manhã com leve viés de baixa, a maior parte das taxas voltou a ficar estável, com os investidores esperando o que o Banco Central tem a dizer sobre a estratégia monetária a partir de agora", afirmou um operador em referência à ata do Copom.
Mesmo porque, nesta quarta-feira o governo tomou uma nova medida na área de câmbio que pode aliviar a cotação do dólar, como ocorreu ao longo do dia, e também fomentar a tomada de crédito para investimentos. Um decreto publicado no Diário Oficial reduziu de 720 para 360 dias o prazo das operações de empréstimos externos taxadas com alíquota de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que, na prática, retirou uma barreira para a entrada da moeda americana. Isso pode facilitar a tomada de dinheiro no exterior, que, eventualmente, pode ser direcionado aos investimentos.
Mas há outros fatores que ajudam a impedir a continuidade do movimento de queda das taxas futuras. Na terça-feira o governo anunciou que as empresas que assinaram as renovações das concessões de energia nos termos da MP 579 garantem uma redução média de 16,7% nas tarifas, ante projeções iniciais de 20%. Nas contas do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, considerando somente a queda na tarifa cobrada do consumidor residencial, estimada em 12,5%, o IPCA de 2013 teria alívio de 0,41 ponto porcentual.
No exterior, depois de uma manhã entre altas e baixas, os mercados acionários se firmaram em alta à tarde. O ganho das bolsas em Nova York ocorreu depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que um acordo para o chamado abismo fiscal pode sair em uma semana se os republicanos aceitarem elevação de impostos para os mais ricos. Antes, dados mistos ditavam a volatilidade dos mercados.