Bovespa: ao término da negociação estendida, taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 10,95% (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 17h16.
São Paulo - O cenário eleitoral ficou em segundo plano nesta tarde de quarta-feira, 8, com a divulgação do conteúdo da ata do último encontro do Federal Reserve, que trouxe uma visão mais suave do que esperava o mercado.
Com isso, os yields dos Treasuries foram para baixo, o dólar perdeu força e as taxas futuras de juros domésticas encerrarem em queda.
Ao término da negociação estendida na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (389.270 contratos) marcava 10,95%, de 10,943% no ajuste anterior.
A taxa do DI para janeiro de 2016 (166.385 contratos) indicava 11,83%, de 11,78% na véspera.
O DI para janeiro de 2017 (366.910 contratos) apontava 11,77%, igual ao ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (273.090 contratos) tinha taxa de 11,40%, de 11,45% ontem.
Até o horário marcado pelo Fed, os juros vinham exibindo majoritariamente alta, refletindo o IPCA de setembro mais salgado do que o projetado e, principalmente, os rumores sobre pesquisas de intenção de voto e o noticiário envolvendo os candidatos.
Segundo o IBGE, a inflação oficial do país registrou no mês passado alta de 0,57%, ante uma variação de 0,25% em agosto, acima do teto das projeções do mercado, de +0,50%.
Em 12 meses, a taxa ficou em 6,75%, muito acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
No quadro eleitoral, no início dos negócios, os rumores eram de que Aécio Neves (PSDB) apareceria à frente de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas que serão divulgadas amanhã.
Ao longo da manhã, contudo, os mercados inverteram a direção, com especulações de que na verdade quem lidera as intenções de voto era a petista.
À tarde, na sua ata, o Fed informou que a maior parte de seus dirigentes "vê riscos à economia" e muitos enxergam significativas deficiências no mercado de trabalho.
Além disso, os membros do banco central norte-americano mostraram mais preocupação com a debilidade do crescimento econômico fora dos EUA e com o impacto disso na economia do país.
Ao mesmo tempo, a alta do dólar poderá manter a inflação nos EUA abaixo da meta do Fed, de 2%, por reduzir o custo de bens e serviços importados.
Diante disso, as expectativas de elevação dos juros básicos pelo Fed diminuíram. Agora a chance de um aperto em junho de 2015 está em 26%, abaixo de 31% de ontem e de 53%, há um mês, de acordo com dados da CME.
Os yields dos Treasuries de 10 anos, que ficaram em alta na maior parte do dia, estavam em 2,322% no fim da tarde em Nova York, de 2,342% ontem.