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Juros sobem com IPCA salgado, Tombini e alta do dólar

Pronunciamento do presidente do Banco Central sobre a estabilidade da Selic ajudou a trazer as taxas para nível mais equilibrado


	Sede da BM&FBovespa: ganhos do dólar contribuíram para impulsionar o juro na sessão desta sexta-feira
 (Divulgação)

Sede da BM&FBovespa: ganhos do dólar contribuíram para impulsionar o juro na sessão desta sexta-feira (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 17h25.

São Paulo - O mercado de juros passou esta sexta-feira por um processo de ajuste, após as fortes quedas registras na quinta-feira pelas taxas futuras, quando foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O movimento desta sexta-feira representa uma correção aos exageros da véspera, quando movimentos técnicos ajudaram a aprofundar a devolução de prêmios, e teve como origem principal o IPCA acima do teto das estimativas e declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, sobre a estabilidade da Selic por tempo prolongado. O avanço do dólar, à tarde, ajudou a sustentar o movimento, fornecendo inclusive algum impulso adicional às taxas.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato para julho de 2013 (190.845 contratos) subia para 7,01%, de 6,89% no ajuste. Já o juro para outubro de 2013 (4.790 contratos) avançava para 6,99%, de 6,85%. O contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (829.230 contratos) marcava 7,00%, ante 6,87% na qunta-feira. O contrato para janeiro de 2015 (219.715 contratos) estava em 7,52%, de 7,38% na véspera. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (149.325 contratos) indicava 8,40%, de 8,30% ontem, enquanto o DI para janeiro de 2021 (3.690 contratos) apontava 9,10%, ante 9,06% no ajuste.

"Ontem as taxas cederam muito. O viés, sem dúvida, era de queda, mas houve ordens de stop loss que levaram os juros para um patamar abaixo da simples precificação do mercado. Hoje, o IPCA e a fala de Tombini fizeram com que as taxas subissem para um patamar mais equilibrado", afirmou um operador.


Logo pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,60% em novembro, depois da alta de 0,59% de outubro. A taxa de novembro foi a maior desde abril (0,64%). As passagens aéreas ficaram 11,80% mais caras em novembro e foram o maior impacto individual para o IPCA do mês, com contribuição de 0,06 ponto porcentual para o índice cheio. Na divisão por grupos, Alimentação e Bebidas ainda deu a maior contribuição para a inflação oficial em novembro. Mas houve desaceleração significativa, de 1,36% em outubro para 0,79% no mês passado.

Para o diretor de Pesquisa para a América Latina da Goldman Sachs, Alberto Ramos, a força da inflação em novembro deu razão ao Banco Central ao se manifestar, via imprensa, que o cenário de inflação inspira cuidados e não deverá levar a redução de juros nos próximos 12 meses. Na quinta-feira, com os mercados já fechados, Tombini reforçou a sinalização de que a taxa básica de juros permanecerá estável por um prazo longo. "A ata está mais atual do que nunca", disse Tombini, acrescentando que "a estratégia adequada para trazer a inflação para a meta é manter a estabilidade das condições monetárias por um período suficientemente prolongado".

Em meio a isso, os indicadores domésticos seguem patinando. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 81,0% em outubro, com ajuste, no piso do intervalo das estimativas. A produção de veículos, por sua vez, recuou 3,7% em novembro ante outubro, no dado dessazonalizado.

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