Bolsas de Valores: as taxas aceleraram o ritmo de alta à tarde, que ficou concentrada principalmente nos vencimentos intermediários, entre outubro de 2016 e janeiro de 2018 (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 16h42.
São Paulo - Esta quinta-feira, 3, foi de volatilidade no mercado futuro de juros, onde as taxas oscilaram ao sabor do noticiário político, econômico e internacional.
Apesar da forte correlação entre dólar e juros, as taxas resistiram à forte queda da moeda americana ante o real e registraram alta durante a maior parte do dia.
O tom mais "hawkish" da ata da última reunião do Copom dividiu as atenções dos investidores com a aceitação do pedido de processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef.
Assim como ocorreu nos outros mercados, os investidores receberam a notícia como uma possibilidade de desfecho para o cenário incerto dos últimos meses.
Por outro lado, o mercado viu chances concretas de novas elevações da taxa Selic nos próximos meses, diante do risco inflacionário.
As taxas dos vencimentos mais longos dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) chegaram a cair pela manhã, apoiadas na expectativa de definição do quadro político e na possibilidade de aumento de juros no curto prazo.
Mas perderam força e passaram a projetar maior prêmio de risco com a realização do leilão de títulos do Tesouro e as análises sobre a permanência ou saída de Dilma no cargo.
Segundo uma das teorias, o afastamento da presidente poderia sinalizar menor chance de interferência política nas decisões do BC, o que teria acabado por dar fôlego às apostas de aumento de juros.
As taxas aceleraram o ritmo de alta à tarde, que ficou concentrada principalmente nos vencimentos intermediários, entre outubro de 2016 e janeiro de 2018.
A aceleração do dólar após as 15h, no entanto, acabou por frear o avanço das taxas.
No cenário internacional, estiveram entre os principais destaques do dia a divulgação de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) à zona do euro, que ficaram aquém do esperado e acabaram por provocar reações negativas em alguns ativos.
As bolsas americanas caíram e os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) dispararam, contribuindo para inibir a queda por aqui.
Nos negócios na BM&F, o DI para julho de 2016 fechou com taxa de 15,13%, contra 15,10% do ajuste de quarta-feira.
O DI de janeiro de 2017 ficou em 15,76%, ante 15,66% do ajuste anterior.
O vencimento de janeiro de 2018 terminou com taxa de 16,03%, de 15,92%. Na ponta mais longa da curva, o DI de janeiro de 2021 indicou taxa de 15,72%, ante 15,68%.