Bolsas de Valores: uma elevação da taxa pode dificultar ainda mais uma retomada da atividade econômica (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 às 16h54.
São Paulo - No "day after" das prisões bombásticas da Operação Lava Jato e da reunião do Copom marcada pela falta de consenso, os juros futuros deram continuidade ao movimento de alta nesta quinta-feira, 26, mais concentrado nos vencimentos curtos e intermediários.
Se o mercado já havia dado sinais de nervosismo com as prisões do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, a reunião do Copom aumentou o estresse no mercado.
A notícia de que dois diretores votaram por uma elevação de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic e a retirada do trecho do comunicado que fala sobre manutenção dos juros "por tempo suficientemente prolongado" foram o motivo do aumento das taxas.
Hoje o Copom decidiu, por votação, manter inalterada a taxa Selic em 14,25% ao ano. A falta de consenso, no entanto, indica que há desconforto entre os diretores do BC sobre a trajetória da inflação.
Uma elevação da taxa pode dificultar ainda mais uma retomada da atividade econômica. No entanto, segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, um novo aumento da taxa pode ter efeito nulo sobre a inflação.
Por outro lado, entendem que é dever da autoridade monetária atuar no combate aos aumentos de preços.
Com a leitura de que novos aumentos dos juros básicos poderão ocorrer em 2016, a inclinação da curva a termo foi mais forte nos vencimentos mais curtos.
A movimentação foi concentrada pela manhã, quando os investidores definiram suas posições. À tarde o movimento foi bastante reduzido e as taxas pouco oscilaram.
Para isso, contribuiu a falta de notícias novas em um ambiente de liquidez reduzida pelo feriado americano do Dia de Ação de Graças, que fechou os mercados locais.
Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2016 fechou com taxa de 15,035%, ante ajuste de 14,930% do ajuste de quarta-feira.
O vencimento de janeiro de 2017 teve a taxa elevada de 15,27% no ajuste para 15,54%. O vencimento de janeiro de 2018 encerrou o dia com taxa de 15,81%, contra 15,60% do ajuste anterior.
Na ponta mais longa da curva, o DI com vencimento em janeiro de 2021 fechou com taxa de 15,62%, de 15,51% do ajuste da quarta-feira.