Bovespa: por volta das 9h30, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,00%, de 7,01% no ajuste de sexta-feira (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 09h35.
São Paulo - Preocupações com a inflação devem se sobrepor às com a atividade econômica brasileira nesta segunda-feira, contribuindo para um viés de alta dos juros futuros.
A primeira prévia de dezembro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acima do esperado e a revisão para cima das projeções de inflação no boletim Focus, do Banco Central, sustentam o ligeiro avanço das taxas futuras.
A redução das estimativas para o crescimento econômico na pesquisa já era esperada. Porém, a aversão ao risco no exterior é influência de baixa.
Por volta das 9h30, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,00%, de 7,01% no ajuste de sexta-feira (07); o DI para janeiro de 2014 apontava 7,02%, de 7,00% na sexta-feira (07); e o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 7,53%, de 7,52%. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,41%, de 8,40%; e o para janeiro de 2021 marcava 9,11%, de 9,10%.
Mais cedo, a primeira prévia de dezembro do IGP-M mostrou alta de 0,50%, após recuo de 0,19% em igual prévia do mesmo índice no mês passado, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa superou o teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, de 0,38%.
O economista-chefe CM Capital Markets, Darwin Dib, prevê abertura da curva a termo. "Os dados de inflação desta manhã vieram pior do que o esperado", diz, em relatório enviado à clientes nesta manhã.
Paulo Petrassi, gestor da Leme Investimentos, concorda que o movimento deve ser de alta, até porque, segundo ele, a aceleração da inflação dentro do IGP-M está bem distribuída. "Os indicadores que compõem o IGP-M avançaram", observa Petrassi, ressaltando que o IPA-M teve alta de 0,50%, ante baixa de 0,36% na primeira prévia de novembro; o IPC-M subiu 0,56%, ante +0,16%; e o INCC-M avançou 0,36%, ante +0,14%, na mesma base de comparação.
Petrassi acrescenta que a piora das expectativas para a inflação, conforme o boletim Focus, sustenta a alta das taxas futuras. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2012 subiu de 5,43% para 5,58%. Para 2013, a projeção ficou em 5,40% pela segunda semana. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2012 no cenário de médio prazo subiu de 5,44% para 5,59%. Para 2013, a previsão dos cinco analistas caiu de 5,64% para 5,57%.
O mercado financeiro revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1,27% para 1,03% neste ano. Para o próximo ano, a estimativa foi reduzida de 3,70% para 3,50%. Esta é a segunda pesquisa divulgada após o resultado do PIB do terceiro trimestre de 2012. "Isso já era esperado", diz o gerente da Leme.
Porém, lembra Dib, da CM Capital, no exterior o humor é de aversão ao risco, o que pode limitar a alta das taxas futuras de juros. Uma crise política se instaurou na Itália, após o primeiro-ministro, Mario Monti, anunciar, no fim de semana, que vai renunciar ao cargo assim que o orçamento para 2013 for aprovado no Parlamento. A decisão pode representar uma mudança na política econômica pró-austeridade no país.
De volta ao País, o fluxo de veículos pesados caiu 0,6% em novembro ante outubro, mas cresceu 2,7% em novembro ante novembro de 2011, informou há pouco a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.Os investidores também estarão atentos a importantes indicadores de atividade doméstica ao longo da semana. Na quinta-feira, sai o resultado das vendas no varejo em outubro.