Levy: ministro disse que medidas anunciadas acrescentando tendem a baixar curva de juros de longo prazo (Wilson Dias/ABR)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 16h14.
São Paulo - As taxas de juros futuras fecharam em queda nesta terça-feira, 20, após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciar um pacote de medidas na noite de ontem para aumentar a arrecadação do governo.
Levy afirmou que o governo decidiu dobrar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,5% para 3%, a partir de 1º de fevereiro.
Além disso, o ministro informou o retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) - R$ 0,22 por litro de gasolina -; o aumento do PIS/Cofins sobre a gasolina e o diesel; a alteração da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de cosméticos; e o aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre importados.
Segundo Levy, "as medidas têm por objetivo aumentar a confiança da economia, com o menor sacrifício possível, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco e dos empresários em começarem a tentar novas coisas", explicou, acrescentando que tais ações tendem a baixar a curva de juros de longo prazo.
O ministro foi questionado por jornalistas no anúncio se a elevação do IOF poderia influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, no encontro que começa hoje e termina amanhã, sobre a Selic a partir de quinta-feira.
"A decisão do Copom é decidida pelo Copom. As decisões do comitê sempre olham o conjunto da economia", afirmou.
Os juros futuros confirmaram as expectativas e iniciaram o dia em queda, determinada pela alta de impostos anunciada por Levy, que, segundo analistas e fontes da área de renda fixa, vão na direção de uma política fiscal melhor.
No trecho mais curto, as preocupações com a inflação e expectativas pela decisão do Copom sustentaram um viés de alta pela manhã.
No entanto, a aceleração das perdas do dólar durante a tarde levou as taxas mais curtas a se aproximarem dos níveis de ajustes e terminarem com viés negativo, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2021 fechou na mínima.
No fim da sessão regular na BM&FBovespa, DI para abril de 2015 (132.355 contratos) tinha taxa de 12,219%, ante 12,213% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2016 (175.460 contratos) terminou com taxa de 12,63%, de 12,67% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2017 (192.045 contratos) projetava taxa de 12,30%, de 12,41% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 (75.150 contratos) tinha taxa de 11,79%, ante 12,05% no ajuste de ontem.