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Juros recuam com dólar e medidas que dificultam benefícios

A liquidez do mercado voltou a ficar bastante reduzida, com muitos investidores longe das mesas devido à ausência de negócios amanhã e depois


	Bovespa: ao término da negociação regular, contrato de DI para abril de 2015 estava em 12,23%
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular, contrato de DI para abril de 2015 estava em 12,23% (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 16h05.

São Paulo - Os juros futuros encerraram o último pregão de 2014, nesta terça-feira, 30, com queda em quase todos os vencimentos e aumento da inclinação negativa da curva, influenciados pela baixa firme do dólar e, ainda que em menor grau, pela percepção positiva trazida pelas medidas fiscais anunciadas na segunda-feira, 29.

A avaliação dos profissionais do mercado é de que a sinalização do governo, ao tentar reduzir os gastos com alguns benefícios sociais, é boa, mas ainda não passa de boas intenções, pois precisa ser avalizada pelo Congresso.

A liquidez do mercado, no entanto, voltou a ficar bastante reduzida, com muitos investidores longe das mesas devido à ausência de negócios amanhã e depois.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI para abril de 2015 (33.450 contratos) estava em 12,23%, ante 12,24% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2016 (58.560 contratos) apontava 12,96%, de 12,98% ontem. O DI para janeiro de 2017 (85.160 contratos) mostrava 12,90%, de 12,98% no ajuste anterior.

E o DI para janeiro de 2021 (29.125 contratos) indicava 12,30%, de 12,43% na véspera.

A inclinação negativa entre esses dois últimos vencimentos atingiu 60 pontos-base, em um dos maiores patamares de 2014.

De acordo com o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, o movimento dos juros hoje está ligado basicamente ao dólar.

"O mercado está trabalhando mais em cima de uma dinâmica própria, com alguns ajustes, do que colocando nos preços alguma mudança de cenário", afirmou.

Ainda assim, Serrano viu as medidas anunciadas ontem como positivas, mas pontuou que ainda não passam de uma "boa sinalização".

Ontem, o governo tomou medidas que tornam mais rígido o acesso a benefícios sociais e podem resultar em uma economia, pelo governo, de pelo menos R$ 18 bilhões por ano.

Seja como for, a atual equipe econômica segue acreditando que tudo está bem.

A edição especial do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgada hoje pelo Ministério da Fazenda, destaca a trajetória da dívida pública.

"A despeito da crise, mantivemos consistente a geração de superávit primário, promovendo, assim, contínua redução da dívida líquida e estabilização da dívida bruta", afirma o documento.

Segundo a Fazenda, a trajetória da dívida pública mostra o acerto das políticas econômicas adotadas.

O boletim afirma também que o Brasil conseguiu manter sólidos os fundamentos da política fiscal durante a crise e que a responsabilidade fiscal pode ser atestada por resultados primários sólidos.

De volta ao mercado de câmbio, o dólar recuou ante a maioria das demais moedas nesta terça-feira.

Ante o real, em dia de formação de Ptax e diante da expectativa pelo anúncio das condições do programa de swaps, o dólar à vista no balcão teve desvalorização de 1,81%, a R$ 2,6550. No ano, contudo, a moeda dos EUA subiu 12,69%.

Na agenda doméstica, o único dado previsto era o Índice de Confiança de Serviços (ICS), que avançou 1,3% na passagem de novembro para dezembro, na série com ajuste sazonal, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O indicador saiu de 99,8 pontos para 101,1 pontos no período. Embora o ICS se mantenha em nível baixo em termos históricos, a tendência de queda identificada pela série de médias móveis trimestrais perdeu força, informou a FGV em nota.

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