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Juros recuam com dólar, dados de inflação e pesquisa

A desvalorização da moeda dos EUA ajudou a colocar os juros futuros em sentido de queda


	Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 10,79%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 10,79% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 17h21.

São Paulo - A pesquisa eleitoral conhecida nesta sexta-feira, 06, indicando chances maiores de segundo turno na eleições presidenciais, acabou atraindo algum fluxo de recursos e pressionando o dólar para baixo ante o real.

A desvalorização da moeda dos EUA ajudou, por sua vez, a colocar os juros futuros em sentido de queda.

E nem mesmo o IPCA de maio perto do teto das estimativas conseguiu segurar as taxas, uma vez que o IGP-DI, por outro lado, ficou bastante aquém das projeções.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (347.240 contratos) marcava 10,79%, de 12,81% no ajuste anterior.

O juro para janeiro de 2016 (251.705 contratos) indicava 11,22%, de 11,32% no ajuste de ontem.

Na ponta mais longa da curva de juros, o DI para janeiro de 2017 (481.805 contratos) apontava 11,65%, de 11,64% no ajuste da véspera.

E o DI para janeiro de 2021 (86.190 contratos) registrava 11,89%, de 12,12% no ajuste anterior.

Embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio tenha vindo perto do teto das estimativas, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) do mesmo mês veio abaixo do piso das projeções.

Com isso, apesar de a inflação corrente ao consumidor ainda estar em um patamar maior do que esperava o mercado, a perspectiva, olhando para o indicador do atacado, é de que a desaceleração de preços persista.

O IPCA subiu 0,46% em maio, de 0,67% em abril, e ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (de +0,32% a +0,47%), mas acima da mediana de 0,38%.

Já o IGP-DI caiu 0,45% em maio, de alta de 0,45% em abril, ficando abaixo do piso das estimativas que iam de -0,32% a +0,02%.

Os mercados já abriram com a pesquisa divulgada pela Datafolha em suas telas.

O levantamento mostrou recuo nas intenções de voto para os três principais candidatos à Presidência, mas a presidente Dilma Rousseff (PT) foi a que mais caiu, de 37% das intenções de voto em maio para 34% neste início de junho.

O pré-candidato do PSDB, o senador Aécio Neves, oscilou de 20% para 19%, enquanto Eduardo Campos, do PSB, caiu de 11% para 7%. Com a soma dos demais candidatos, as chances de segundo turno ganharam força.

E, nessa eventual disputa, Dilma ganharia de Aécio com 46% contra 38%.

Em maio, o placar era de 47% da petista contra 36% do tucano. Quando o adversário é o pessebista Eduardo Campos, Dilma venceria por 47% contra 32%.

Em maio, esse cenário apontava 49% para a atual presidente contra 32% do ex-governador de Pernambuco. Nesse ambiente, o dólar à vista no mercado de balcão encerrou o dia com baixa de 0,71%, cotado a R$ 2,2480.

Nesta tarde, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que o governo não está trabalhando com novas desonerações este ano. "Não estamos trabalhando com a mudança na política (fiscal)", disse.

No entanto, ao ser questionado sobre o caso específico do setor automotivo, que passa por uma crise com diminuição da demanda interna e externa, ele não descartou a adoção de novas medidas.

"Questões pontuais têm de ser verificadas", explicou. "O setor automotivo tem uma importância grande com essa questão da Argentina."

No exterior, o relatório de emprego de maio nos Estados Unidos mostrou um número de criação de vagas de 217 mil, maior do que as 210 mil esperadas.

A taxa de desemprego ficou estável, em 6,3%, enquanto o mercado esperava elevação para 6,4%.

Embora esses dados indiquem um segundo trimestre melhor do que o primeiro, quando o PIB teve contração de 1,0%, a expectativa não mudou em relação ao ritmo de cortes de estímulos pelo Fed. E isso também acaba mantendo os juros dos Treasuries de lado.

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