Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial brasileira caiu 2% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal (Manoel Marques/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 17h07.
São Paulo - Diante do intenso recuo da produção industrial em maio, do resultado fraco das vendas de veículos em junho e da mudança nos compulsórios para recursos a prazo promovida na noite de segunda-feira, 1, pelo Banco Central, os juros futuros tiveram mais um dia de baixa.
Os temores em relação à inflação pressionada deram lugar às preocupações com mais um ano de crescimento fraco da economia brasileira. Além disso, o mercado externo piorou à tarde e os juros dos Treasuries também passaram a cair, o que aprofundou o recuo das taxas futuras, sobretudo nos vencimentos mais longos da curva a termo.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (81.325 contratos) estava em 8,43%, de 8,46% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (189.920 contratos) marcava 8,84%, ante 8,95% ontem. O vencimento para janeiro de 2015 (345.950 contratos) indicava taxa de 9,67%, ante 9,90% na véspera. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (183.785 contratos) apontava 10,81%, ante 10,99% ontem. O DI para janeiro de 2021 (8.555 contratos) estava em 11,09%, de 11,29% no ajuste anterior.
Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial brasileira caiu 2% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado veio abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de -1,70%. A retração da indústria foi generalizada, atingindo 20 dos 27 ramos pesquisados, incluindo bens de capital.
Também hoje, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) anunciou que as vendas de autos e comerciais leves somaram 302.896 unidades em junho, uma queda de 11,08% ante as 340.657 unidades emplacadas em igual mês do ano passado e alta de 0,77% em relação ao total de 300.596 veículos de maio.
Vale destacar, porém, que o mês de junho do ano passado foi o primeiro com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que alavancou as vendas do setor em todo o segundo semestre de 2012.
O estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, chamou atenção para a mudança das regras para os depósitos compulsórios de recursos a prazo. "Na prática, antecipar a remuneração dos compulsórios dos recursos a prazo é instrumento adicional para conter a demanda doméstica", observou, salientando que isso pode reduzir a oferta de crédito.
A normalização da remuneração dos depósitos a prazo será antecipada para este mês e o prazo de término será em março do ano que vem. Em dezembro de 2011, o BC deixou de remunerar a integralidade desses recolhimentos como forma de dar estímulo à transferência de liquidez de instituições de grande porte para instituições menores - canalizando mais R$ 46 bilhões. Agora, a avaliação é a de que essa regra alcançou sua maturidade "após produzir os efeitos desejados", segundo o BC.
No exterior, os dados norte-americanos vieram mistos, mas a expectativa pelo relatório de emprego dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, 5, recolocou a cautela nas mesas de operação.