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Juros longos se ajustam ao avanço de yields dos Treasuries

As palavras do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram monitoradas, bem como a piora de expectativas em relação aos fundamentos econômicos


	Bovespa: ao término da negociação regular, DI com vencimento em abril de 2015 estava em 12,425% nesta quarta
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular, DI com vencimento em abril de 2015 estava em 12,425% nesta quarta (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 16h14.

São Paulo - Em um dia de liquidez enxuta, os juros curtos e intermediários tiveram um pregão de movimentos laterais e as taxas de longo prazo avançaram de forma importante, influenciadas pela pequena valorização do dólar ante o real e, principalmente, em ajuste ao avanço dos yields dos Treasuries ontem, quando o mercado local estava fechado.

Na sexta-feira, o retorno dos papéis de 10 anos dos EUA estava perto de 2%, a 2,035%, indo para 2,137% ontem e, apesar de uma pequena baixa nesta quarta-feira, 18, ainda segue acima de 2,11%.

As palavras do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram monitoradas, bem como a piora de expectativas em relação aos fundamentos econômicos.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em abril de 2015 (4.990 contratos) estava em 12,425% nesta quarta, de 12,421% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2016 (36.155 contratos) apontava 13,18%, igual à de sexta-feira.

O DI para janeiro de 2017 (47.875 contratos) mostrava 13,10%, de 13,05% no ajuste anterior.

E o DI para janeiro de 2021 (22.665 contratos) indicava máxima de 12,67%, de 12,54% na sexta-feira.

Segundo o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, em um dia de giro bastante baixo e de poucas notícias, os juros permaneceram de lado, com um ajuste de alta se concentrando nos vencimentos mais longos.

De acordo com um operador, esse movimento dos prazos mais dilatados esteve relacionado, principalmente, ao avanço dos yields dos Treasuries ontem, em meio às incertezas sobre a Grécia e antes da ata do Fed, que sairá ainda nesta tarde.

Enquanto isso, Levy se reuniu com investidores nos EUA para reforçar os ajustes em curso.

O ministro disse em Nova York que "o deslize fiscal foi significativo em 2014, mas está sendo corrigido".

"Quando assumi, afirmei que seria transparente na política fiscal", disse.

Levy repetiu que a presidente Dilma "mostrou comprometimento com um superávit de 1,2% do PIB".

"O comprometimento da presidente e o nosso é atingir a meta fiscal", afirmou, dizendo ainda que "tomamos as medidas e vamos discutir com o Congresso".

Segundo Levy, é possível alcançar a meta de 1,2% de superávit primário sem "cortes draconianos".

Entre os poucos dados conhecidos hoje, a pesquisa Focus trouxe piora na mediana das projeções do mercado financeiro para a inflação oficial em 2015, de 7,15% na semana passada para 7,27% hoje. Para 2016, a mediana seguiu em 5,60%.

Em relação ao PIB, os agentes esperam agora encolhimento de 0,42% neste ano, ante crescimento zero na semana anterior.

Em 2016, a estimativa de expansão permaneceu em 1,50%. Já a projeção para a Selic no fim de 2015 subiu para 12,75%, de 12,50%, enquanto para 2016 seguiu em 11,50%.

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