Mercados

Juros longos recuam com pesquisa eleitoral e exterior

Especialista justificou o movimento desta sexta-feira com o apetite por risco que trouxe o estrangeiro para os vencimentos mais longos


	Mercado corrige exageros de ontem, cometidos por causa de incertezas dos impactos de tensões internacionais na economia, como queda do avião malaio e incursão de Israel em Gaza
 (Yasuyoshi/AFP Photo)

Mercado corrige exageros de ontem, cometidos por causa de incertezas dos impactos de tensões internacionais na economia, como queda do avião malaio e incursão de Israel em Gaza (Yasuyoshi/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 17h15.

São Paulo - A pesquisa eleitoral Datafolha e o exterior conduziram a queda do dólar e também dos juros futuros de longo prazo. Os vencimentos mais curtos, no entanto, subiram levemente, em correção à queda de ontem, quando a manutenção do termo "neste momento" no comunicado que acompanhou a decisão do Copom, dando a entender que se trata de algo temporário, e os dados fracos elevaram as apostas em corte da Selic ainda este ano para cerca de 30%.

Mas, além disso, a pesquisa eleitoral também teve efeito direto sobre as taxas. Alguns profissionais consideram que uma vitória de Aécio Neves significaria um aperto monetário no curto prazo, o que justificaria a desinclinação da curva a termo vista hoje.

Além disso, um outro profissional justificou o movimento desta sexta-feira com o apetite por risco que trouxe o estrangeiro para os vencimentos mais longos.

Assim, ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o juro para outubro de 2014 (18.765 contratos) estava em 10,778%, de 10,766% no ajuste anterior.

A taxa do DI para janeiro de 2015 (210.905 contratos) marcava 10,73%, de 10,71% no ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2016 (150.860 contratos) indicava 10,94%, igual à véspera.

O DI para janeiro de 2017 (239.595 contratos) cedia a 11,20%, de 11,29% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (86.840 contratos) fechou na mínima de 11,61%, de 11,79% no ajuste anterior.

Conforme a pesquisa Datafolha, em um eventual segundo turno, a presidente Dilma Rousseff tem 44% das intenções de voto contra 40% de Aécio Neves (PSDB), o que configura empate técnico, considerando a margem de erro da pesquisa.

Levando em consideração esta mesma margem, porém, ainda não é possível dizer se haveria ou não essa segunda rodada do pleito, já que, juntos, todos os rivais da presidente somam 36% - mesmo porcentual da petista, ante 38% no início de julho.

O candidato Aécio Neves manteve os 20% de intenções de voto, enquanto o candidato do PSB, Eduardo Campos, oscilou de 9% para 8%.

Enquanto isso, no exterior, as tensões envolvendo a queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia e a invasão de Gaza por Israel continuam no radar, mas o mercado tirou o dia para corrigir os exageros de ontem, no auge das incertezas sob os possíveis impactos destes acontecimentos na economia.

Hoje, o presidente Barack Obama afirmou crer em apoio russo aos separatistas da Ucrânia e relembrou da queda de três aeronaves na mesma região. Além disso, ele também pediu a Israel que evite mortes de civis. 

Ainda assim, o dólar recua ante a maioria das demais divisas emergentes e a bolsas têm alta generalizada. O dólar à vista no mercado de balcão encerrou o dia com desvalorização de 0,89%, cotado a R$ 2,2300.

Nesse ambiente, os indicadores conhecidos hoje acabaram em segundo plano. A segunda prévia do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de julho mostrou deflação de 0,51%, contra -0,64% na segunda prévia de junho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O dado ficou no piso do intervalo das estimativas colhidas pelo AE Projeções.

Pelo lado da atividade, a utilização da capacidade instalada (UCI) cedeu a 68% em junho, ante 71% em maio, conforme a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Foi o pior porcentual do índice para o mês na série histórica. Mais cedo, a mesma CNI informou que a confiança dos empresários brasileiros teve a quarta queda consecutiva em julho e atingiu o pior patamar da série histórica, que começou em 1999.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) ficou em 46,4 pontos em julho, abaixo da linha dos 50 pontos, o que indica desconfiança dos executivos consultados na pesquisa.

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