Juros: a taxa do DI para janeiro de 2020 passou de 8,44% para 8,49% (Thinkstock/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 17h31.
São Paulo - Os juros futuros de longo prazo fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 9, estáveis, enquanto os demais mostraram viés de alta.
Após passarem a manhã em baixa, dando sequência à reação positiva de quarta aos avanços do governo na reforma da Previdência, as taxas zeraram a queda no começo da tarde, após a abertura negativa das bolsas em Nova York, e a partir de então, até o fechamento, oscilaram próximas dos níveis de quarta.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 7,28%, de 7,25% no ajuste de quarta e a do DI para janeiro de 2020 passou de 8,44% para 8,49%.
A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou estável em 9,27% e a do DI para janeiro de 2023 também terminou no mesmo patamar do ajuste anterior, em 10,03%.
O fio condutor do estresse no exterior são os riscos para a reforma tributária nos Estados Unidos, diante das divergências entre deputados e senadores republicanos sobre a proposta. Entre os pontos de conflito, os senadores defendem um adiamento no corte de impostos corporativos dos atuais 35% para 20% até 2019, segundo o Washington Post, o que reduziria em mais de US$ 100 bilhões seu impacto.
Contudo, o impacto na curva local foi considerado moderado comparativamente ao segmento de ações, por exemplo, que amarga fortes perdas. "O clima é de aversão ao risco, mas o Treasury de dez anos está comportado, o que reduz o impacto sobre os DIs", afirmou o economista da Rio Gestão Bernard Gonin.
Às 16h27, em Wall Street, o S&P 500, que mais cedo recuava mais de 1%, reduzia um pouco as perdas, para 0,74%, mesma variação negativa mostrada pelo Dow Jones. A T-Note de dez anos projetava 2,324%, do nível de 2,33% na quarta. Aqui, o Ibovespa caía 1,36%, aos 73.351,89 pontos e o dólar à vista estava perto da estabilidade, cotado em R$ 3,2562 (-0,06%).
Por outro lado, no Brasil, o ambiente melhorou desde a quarta com o esforço do governo para votar o texto da Previdência ainda este ano. Para isso, alguns ajustes na proposta do relator da PEC, Arthur Maia (PPS-BA), estão sendo feitos.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a discussão já está em andamento na Câmara dos Deputados e que o governo busca uma formatação que garanta uma economia que seja "substancialmente superior" à metade do efeito fiscal esperado na proposta original, que era de cerca R$ 800 bilhões em dez anos.
Segundo ele, apenas estabelecer a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens e igualar os regimes de trabalhadores privados e servidores públicos não é suficiente para garantir essa economia.