Fachada da Bovespa: a taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 10,79%, nivelado ao ajuste anterior (Bloomberg News/Paulo Fidman)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2014 às 17h54.
São Paulo - A fraca arrecadação de tributos em maio, conhecida na manhã desta sexta-feira, 27, já era um prenúncio de que os números do governo central no mês passado também poderiam desapontar.
Mas a decepção foi muito maior do que o mercado esperava e os juros futuros, que já vinham com elevação, aceleraram o movimento, terminando perto das máximas do dia.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (199.445 contratos) marcava 10,79%, nivelado ao ajuste anterior.
Nos trechos intermediário e longo da estrutura a termo da curva de juros, o DI para janeiro de 2016 (114.340 contratos) apontava 11,12%, de 11,09% ontem e 11,20% na máxima.
O juro para janeiro de 2017 (208.440 contratos) indicava 11,50%, de 11,41% na véspera e máxima de 11,54%. E o DI para janeiro de 2021 (44.665 contratos) mostrava 12,00%, de 11,84% no ajuste anterior e máxima de 12,03%.
Logo cedo, a Receita Federal informou que a arrecadação de impostos e contribuições despencou em maio e somou R$ 87,897 bilhões, o pior resultado para meses de maio desde 2011.
Houve uma queda real (com correção da inflação pelo IPCA) de 5,95% ante maio do ano passado. Em relação a abril deste ano, a arrecadação apresentou uma queda real de 17,37%.
À tarde, o Tesouro Nacional informou que o déficit das contas do governo central no mês passado foi de R$ 10,502 bilhões, o maior para meses de maio da série histórica.
O resultado também ficou abaixo do piso da mediana das estimativas, de déficit de R$ 6,5 bilhões. Assim, o superávit primário do governo central no acumulado do ano até maio recuou para R$ 19,158 bilhões, ou 0,93% do PIB.
Em 12 meses, o superávit primário totaliza R$ 62,9 bilhões, ou 1,3% do PIB. A leitura do mercado é de que o governo terá dificuldades em cumprir a meta de superávit primário, que é de R$ 80,774 bilhões para o governo central.
Com esses números, a deflação apresentada pelo IGP-M em junho, de 0,74%, ante -0,13% em junho, acabou em segundo plano.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) a variação negativa do índice neste mês é a maior desde junho de 2003, quando o declínio foi de 1,00%.