Taxa de juros: mas o movimento não se sustentou e as taxas devolveram o recuo na medida em que o dólar também não segurou o sinal de baixa, chegando (TimArbaev/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 17h37.
São Paulo - Os principais contratos de juros futuros encerraram esta sexta-feira, 26, com viés de alta, próximos dos ajustes anteriores.
Logo após a abertura dos negócios, as taxas esboçaram uma reação de queda à informação, de ontem à noite, de que o governo adotará a bandeira verde no sistema de tarifas de energia em abril, o que reduzirá o valor das contas de luz e deve trazer alívio para a inflação.
Mas o movimento não se sustentou e as taxas devolveram o recuo na medida em que o dólar também não segurou o sinal de baixa, chegando, nas máximas, a até superar R$ 4.
Do mesmo modo, o mercado externo ficou mais cauteloso a partir do final da manhã, com a leitura de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) poderá retomar a alta de juros nos EUA.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o DI abril de 2016 fechou em 14,160%, de 14,155% no ajuste de ontem.
O DI para janeiro de 2017 estava em 14,225%, de 14,215% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2018 encerrou em 14,68%, de 14,65% no ajuste de ontem.
O DI para janeiro de 2021 exibia taxa de 15,74%, de 15,71% no ajuste de ontem.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem que a cobrança extra na tarifa de energia elétrica deixará de existir em abril, já que o governo decidiu desligar mais 15 usinas térmicas no início de março.
Assim, a estimativa do governo é de redução média de 6% a 6,5% a conta de luz.
Isso deverá trazer alívio ao IPCA, segundo analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que refizeram suas estimativas para a inflação de abril.
Mas, para 2016, de maneira geral, as estimativas foram mantidas, uma vez que quase todo o mercado já contava com a adoção da cor verde em algum momento no primeiro semestre.
A decisão da Aneel deu um pouco de fôlego para a queda das taxas no começo do dia, que arrefeceu ao longo do dia tanto pelo desempenho do dólar - que passou a subir no final da manhã - quanto por ajuste de posições dos investidores que estariam muito expostos na ponta de venda.
Lá fora, o bom humor do mercado, após dados bem recebidos da economia dos EUA e expectativas de que a reunião do G-20 envie sinais positivos para a economia global, também teve vida curta.
Os analistas passaram a olhar tais fatores pelo lado da política monetária, sob a expectativa de retomada do aperto do juro pelo Federal Reserve.
A forte agenda de indicadores domésticos não chegou a fazer preço no segmento de juros.
O IGP-M de fevereiro ficou em 1,29%, superando a mediana das estimativas do mercado, que era de 1,24%.
Por outro lado, os dados fiscais e do mercado de trabalho vieram melhores do que a mediana das previsões.
O superávit primário do setor público em janeiro ficou em R$ 27,913 bilhões, ante mediana de R$ 21,500 bilhões.
O saldo negativo do Caged de janeiro foi de 99.694 vagas, menor do que apontava a mediana de fechamento de 141.289 postos.