"Nos minutos finais, os investidores do giro diário puxaram as taxas para baixo e deram origem a alguns stops", declarou um operador (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2013 às 17h07.
São Paulo - As taxas futuras de juros subiram até o meio da tarde desta segunda-feira, perderam o fôlego na reta final e terminaram em queda, em meio a um ajuste técnico e giro baixo. A valorização do dólar ante o real pressionou os juros pela manhã, mas o volume reduzido de negócios facilitou a reversão do movimento.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (54.930 contratos) marcava mínima de 8,90%, igual ao ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (181.020 contratos) indicava taxa de 9,69%, de 9,72% na sexta-feira. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (107.065 contratos) apontava 10,80%, ante 10,86%. O DI para janeiro de 2021 (apenas 1.400 contratos) estava em 11,12%, de 11,16% no ajuste anterior.
"O dólar e os juros dos Treasuries puxaram as taxas futuras durante uma parte do dia. Mas a liquidez está muito baixa e o mercado está em compasso de espera pelos indicadores de inflação a serem conhecidos a partir de amanhã", afirmou um operador em referência ao IGP-DI, na terça-feira, 06, ao IPCA, na quarta-feira, 07, e à primeira prévia do IGP-M, na quinta, 08. "Nos minutos finais, os investidores do giro diário puxaram as taxas para baixo e deram origem a alguns stops", declarou outro operador.
As projeções para inflação e câmbio no Brasil seguem em alta. Segundo o boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 12 meses passou de 5,83% para 5,93%. Houve, porém, manutenção da mediana das projeções do mercado financeiro para o IPCA em 2013, em 5,75%.
Para 2014, a mediana caiu de 5,88% para 5,87%. Também houve alterações importantes no que diz respeito ao câmbio, fator de pressão recente nos juros futuros. O câmbio médio estimado em 2013 passou de R$ 2,14 para R$ 2,16. Para 2014, houve avanço da média de R$ 2,26 para R$ 2,28. O dólar à vista no mercado de balcão terminou nesta segunda-feira cotado a R$ 2,3000, com alta de 0,92%.
A agência de classificação de risco S&P, por sua vez, afirmou que o crescimento "modesto" do Brasil deve se repetir pelos próximos três anos, quando o País deve crescer a uma média de 2,6% ao ano. Para 2013, a agência prevê crescimento de 2%.
No fim de semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "o governo jamais deixará a inflação sair do controle, mesmo que isso signifique reduzir a taxa de crescimento". Em entrevista à revista Veja, Mantega lembrou que 2013 começou com uma inflação mais elevada, porém, comemorou o fato de os dados mais recentes mostrarem que já está recuando para um patamar "mais confortável".