Às 10h20, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,36%, de 7,38% no ajuste de quarta-feira (13) (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 10h07.
São Paulo - Os juros futuros iniciaram a quinta-feira com leve queda. O fraco desempenho dos mercados internacionais, em resposta ao Produto Interno Bruto (PIB) decepcionante do Japão e da zona do euro, abriu espaço para que o mercado futuro de juros dê continuidade ao movimento de devolução de prêmios iniciado na última quinta-feira.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira quadrissemana de fevereiro, abaixo da mediana das estimativas, reforçou o movimento de baixa. Porém, o recuo é limitado, já que a inflação segue pressionada. O dólar também segue no radar do investidor.
O IPC, que mede a inflação da cidade de São Paulo, subiu 1,01% na primeira quadrissemana de fevereiro. A taxa representa desaceleração na comparação com a última leitura de janeiro (+1,15%), mas aceleração em relação à primeira quadrissemana de janeiro (+0,86%).
O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou perto do piso do intervalo das previsões coletadas pelo AE Projeções, que iam de 1,00% a 1,17%, e abaixo da mediana, de +1,07%.
As principais bolsas europeias e índices futuros de Nova York operam em queda, em resposta a dados sobre o crescimento econômico da zona do euro e do Japão.
A economia dos 17 países da zona do euro registrou contração de 0,6% no quarto trimestre de 2012 ante o terceiro trimestre, mais que a previsão de -0,4% e a maior desde o primeiro trimestre de 2009.
Na comparação com igual trimestre de 2011, a queda foi de 0,9% (estimativa de -0,7%) e, no acumulado de 2012, o PIB da zona do euro caiu 0,5%, depois de uma expansão de 1,4% em 2011.
O PIB do Japão, por sua vez, encolheu 0,4% em termos anualizados, contrariando previsão de expansão de 0,4% e marcando o terceiro trimestre consecutivo de resultado negativo. Em 2012, porém, o PIB real do país cresceu 1,9%.
O Banco Central do Japão (BoJ) informou, no entanto, que a economia do país "parece ter parado de se enfraquecer". A autoridade monetária decidiu manter o tamanho do programa de compra de ativos em 101 trilhões de ienes até o fim do ano, conforme esperado, e também manteve, por unanimidade, os juros inalterados em uma faixa de 0,0% a 0,1%.
Às 10h20, o dólar negociado à vista no balcão estava estável, cotado a R$ 1,966. As oscilações da moeda norte-americana são monitoradas com atenção uma vez que um dólar em alta pressiona a inflação e, consequentemente os juros futuros, enquanto a moeda em baixa traz alívio para os níveis de preços e taxas futuras, segundo profissionais de renda fixa consultados pela Agência Estado.
No mesmo horário, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 projetava taxa de 7,36%, de 7,38% no ajuste de quarta-feira (13). O DI para janeiro de 2015 marcava 8,12%, na mínima, de 8,16% no ajuste da véspera. E o contrato com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 9,00%, de 9,04% no ajuste da véspera.
Vale lembrar que o Tesouro Nacional faz nesta quinta-feira tradicional leilão de venda de títulos públicos, com oferta de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/10/2013, 1/4/2015 e 1/7/2016 e de Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F) para os vencimentos de 1/1/2019 e 1/1/2023.
Na quinta-feira da semana passada, todas as propostas referentes a LTN foram rejeitadas em meio a forte volatilidade no mercado futuro de juros, após declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a situação da inflação "não é confortável".