Bovespa: no fim da sessão regular, o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,79% (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2014 às 17h41.
São Paulo - As taxas de juros futuras terminaram praticamente estáveis nesta quinta-feira, 26, após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central reduzir as projeções para o crescimento econômico e elevar as previsões para a inflação.
No fim da sessão regular na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 (211.690 contratos) tinha taxa de 10,79%, de 10,78% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2016 (122.370 contratos) tinha taxa de 11,12%, de 11,09% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2017 (188.745 contratos) projetava taxa de 11,41%, de 11,39% no ajuste anterior, enquanto o DI para janeiro de 2021 (29.665 contratos) estava em 11,84%, ante 11,85% ontem.
O relatório do BC mostrou que a previsão para o IPCA em 2014, no cenário de referência, subiu de 6,1% no relatório anterior para 6,4%.
A projeção para a inflação em 2015 foi elevada de 5,5% para 5,7%, no mesmo cenário. Essas estimativas contemplam uma cotação do dólar de R$ 2,25, valor menor que o usado no documento anterior, de R$ 2,35.
Para o PIB, a projeção do BC foi revisada para crescimento de 1,6% em 2014, de uma projeção anterior de alta de 2,0%.
O BC também projetou uma alta de 1,8% do PIB até o primeiro trimestre de 2015. As revisões vieram em linha com o esperado pelo mercado.
Segundo analistas, além de ter destacado uma piora das projeções para o crescimento econômico, o RTI começou a falar sobre o hiato do produto, o que reforça a expectativa de que o BC não mexerá nos juros neste ano.
Eles também afirmaram que o comunicado sinalizou que a autoridade monetária está contando com o fraco crescimento econômico para conter a inflação.
Para o ex-diretor da Área Internacional do Banco Central (BC) e sócio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, a principal mensagem do relatório é a de que a inflação vai ficar "consideravelmente" acima da meta até o final de 2015.
Ele ressaltou, no entanto, que a pressão sobre os preços não deve se alongar para muito além do final do ano que vem, porque ela resulta de mudanças nos preços relativos, sobre a qual não há nada que se possa fazer.