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Juros fecham estáveis, afetados por dólar e Treasuries

O comportamento esteve diretamente relacionado ao dólar, que abriu a sessão em forte valorização ante o real e passou a cair no começo da tarde


	Sede da Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (474.980 contratos) marcava 9,30%
 (Yasuyoshi/AFP Photo)

Sede da Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (474.980 contratos) marcava 9,30% (Yasuyoshi/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 17h19.

São Paulo - Os juros futuros desaceleraram na tarde desta terça-feira, 3, a alta engrenada na primeira etapa dos negócios e terminaram o pregão pouco acima dos ajustes anteriores. O comportamento esteve diretamente relacionado ao dólar, que abriu a sessão em forte valorização ante o real e passou a cair no começo da tarde.

Em contrapartida, a manutenção em patamares elevados dos juros dos Treasuries, papéis da dívida do Tesouro dos Estados Unidos, impediu uma perda de ritmo mais intensa das taxas domésticas. Tudo isso foi permeado por indicadores melhores dos Estados Unidos, pelas tensões em relação à Síria, bem como pela fraca produção industrial brasileira.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (474.980 contratos) marcava 9,30%, de 9,28% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (526.410 contratos) indicava taxa de 10,55%, de 10,51%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (231.570 contratos) apontava 11,82%, igual à véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (6.930 contratos) estava na mínima de 12,15%, ante 12,14% no ajuste anterior.

"O dólar seguiu conduzindo o comportamento dos juros. Mas o mercado exagerou pela manhã, quando puxou bastante as taxas mesmo com o número fraco da produção industrial", afirmou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, em referência ao movimentos dos DIs que elevou a chance, logo cedo, de a Selic subir 0,75 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em outubro.

Os indicadores melhores dos EUA, bem como a preocupação com a Síria, conduziram o dólar no mercado à vista de balcão até a máxima de R$ 2,401 pela manhã, apesar da atuação do Banco Central (BC). A cotação perdeu fôlego e terminou o dia a R$ 2,360, com baixa de 0,63%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial caiu 2% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal. O resultado foi pior do que a mediana das estimativas encontrada pelo AE Projeções, de -1,30%. Na comparação com julho de 2012, a produção subiu 2%. Em 12 meses, a produção da indústria acumula alta de 0,6% e, no ano, de 2%.

Com isso, na visão de operadores, não há justificativa para um aumento de apostas na aceleração do ritmo de aperto monetário, apesar do forte avanço dos Treasuries nesta sessão. Mesmo porque, o próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, em comunicado inédito, disse recentemente que havia "excesso de prêmios" na curva de juros. Em meio a isso, alguns profissionais da área de renda fixa acreditam que a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser conhecida na quinta-feira, 5, tende a afastar as chances de que o ritmo de aperto monetário seja elevado.

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