Bovespa: no fim do pregão regular, o DI para abril de 2015 tinha taxa de 12,27% (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 17h31.
São Paulo - A turbulência nos mercados financeiros mundiais, devido a um ataque especulativo contra a moeda da Rússia provocado pela queda do preços do petróleo, fez com que os juros futuros disparassem no Brasil, nesta terça-feira, 16, atingindo o limite de oscilação diária pela primeira vez desde o auge da crise de 2008.
A disparada das taxas levou o mercado de renda fixa a precificar pela manhã 100 pontos-base de alta da Selic em janeiro.
O Banco Central russo tentou conter a queda livre do rublo com uma medida drástica: elevou a taxa de juros do país de 10,50% para 17%.
No entanto, o esforço foi em vão, já que a moeda chegou a perder 20% de seu valor em relação ao dólar mais cedo, intensificando preocupações com uma possível crise financeira no país.
O efeito nulo da medida levou o governo russo a dizer que adotará outras medidas para tentar manter a estabilidade financeira no país.
Apesar das declarações, os investidores se mantiveram céticos sobre a capacidade da Rússia em administrar a crise e se refugiaram em ativos considerados seguros, como iene e os bônus dos EUA.
Indicadores econômicos fracos na China e na Alemanha também contribuíram para o sentimento negativos dos investidores mais cedo.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China caiu para 49,5 em dezembro, o menor nível em sete meses, de 50,0 em novembro, de acordo com o banco HSBC.
O PMI composto alemão recuou em dezembro para 51,4, marcando o menor nível em 18 meses.
As taxas de juros futuras brasileiras disparam na primeira parte da sessão, atingindo o limite de oscilação de 80 pontos-base, ou 0,8% sobre o preço de referência, que é o ajuste da véspera.
Foi a primeira vez que as taxas tocaram esse limite desde o auge da crise financeira de 2008.
O forte avanço dos juros provocou a suspensão da oferta de títulos ao mercado (NTN-B) pelo Tesouro Nacional.
Na medida em que os juros subiam, ordens de stop loss foram sendo acionadas, o que acabou alimentando ainda mais o avanço na curva.
No fim do pregão regular na BM&F Bovespa, o DI para abril de 2015 (172.010 contratos) tinha taxa de 12,27%, de 12,049% no ajuste de ontem.
O DI para janeiro de 2016 (657.310 contratos) tinha taxa de 12,92%, ante 12,64%.
O DI para janeiro de 2017 (384.495 contratos) projetava 12,97%, de 12,69% no ajuste de ontem.
No trecho longo, o contrato com vencimento em janeiro de 2021 (95.905 contratos) indicava 12,64%, de 12,49% no ajuste de ontem.