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Juros: DI sobe com Focus e dúvidas sobre BC no governo Dilma

Às 9h55, taxa para contrato de 2012 subiu a 11,69% e, de 2013, para 12,21%

Meirelles, do BC, deve deixar o cargo cargo, com sinalização de menor autonomia (Getty Images/Getty Images)

Meirelles, do BC, deve deixar o cargo cargo, com sinalização de menor autonomia (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 09h10.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem pelo terceiro dia seguido refletindo o aumento das projeções de inflação e as dúvidas sobre a presidência do Banco Central no próximo governo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subia 3 pontos-base, para 11,69 por cento às 9h55. A taxa para janeiro de 2013 subia 5 pontos, para 12,21 por cento.

A pesquisa semanal Focus divulgada hoje pelo BC mostrou aumento das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em 2010 de 5,48 por cento para 5,58 por cento. Para 12 meses, a projeção subiu de 5,21 por cento para 5,24 por cento e para 2011 de 5,05 por cento para 5,15 por cento.

“Por este aumento das projeções, o BC teria de subir o juro logo”, disse Davi Rocha, operador da Renascença DTVM, uma das corretoras de títulos públicos no Brasil.

O mercado aguarda reunião do presidente do BC, Henrique Meirelles, com a presidente eleita Dilma Rousseff nesta semana, que deve definir se ele permanece na presidência da autoridade monetária ou não.

O jornal Valor Econômico disse em matéria publicada hoje que o presidente do BC deve perder o status de ministro recebido no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo O Estado de S. Paulo, Dilma não deve convidar Meirelles a permanecer porque não gostou das condições que teriam sido impostas por ele para continuar no cargo, que exigiria a preservação da autonomia do BC.

“Se o Meirelles não ficar e for substituído por um nome de linha diferente, os juros vão ficar pressionados”, disse Rocha.

Inflação e BC

Na sexta, os juros nos mercados futuros subiram na maioria dos contratos. O mercado refletiu a incerteza sobre possíveis mudanças na condução da economia no governo de Dilma e a prévia do índice de inflação da Fundação Getúlio Vargas, que mostrou aceleração acima do esperado.

Nesta semana, o destaque é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15, que sai amanhã e deve mostrar aceleração da inflação, segundo pesquisa Bloomberg. Também saem o índice de desemprego e outros dados de inflação e atividade.

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