Investidores têm dúvida sobre o respaldo que Tombini terá no comando do BC (AGÊNCIA ESTADO)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 10h57.
São Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem nos contratos de fevereiro de 2011 a julho de 2012, enquanto outros contratos recuam, com dúvidas dos investidores sobre como o Banco Central combaterá a inflação no novo governo.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subia 4 pontos-base às 11h02, para 11,87 por cento. A taxa para janeiro de 2013 caía 1 ponto, para 12,32 por cento.
A presidente eleita Dilma Rousseff vai indicar o atual diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, para substituir Henrique Meirelles, segundo duas pessoas que têm conhecimento da decisão.
“O Tombini é um nome forte, mas não se sabe se ele vai ter respaldo, qual vai ser o rumo da política econômica”, disse Rafael Correia, gestor de renda fixa da GAP Gestora de Recursos Ltda, que administra cerca de R$ 3,3 bilhões no Rio de Janeiro.
Segundo Correia, a alta dos juros futuros hoje também se deve a pesquisas privadas de inflação feitas pelos bancos, que estão mostrando que a alta dos alimentos continua, e ao aumento da confiança do consumidor.
O Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getulio Vargas subiu de 122,1 em outubro para 125,4 em novembro, o maior nível já atingido.
O Índice de Preços ao Consumidor da cidade de São Paulo, medido pela Fipe, subiu 0,77 por cento até 22 de novembro, abaixo da mediana das estimativas apuradas pela Bloomberg, de 0,8 por cento, e também inferior ao resultado do período anterior, que foi de 0,87 por cento.
As taxas de juros dos contratos futuros com vencimento até 2012 subiram ontem após o Índice de Preços ao Consumidor Amplo- 15 subir mais do que o esperado em novembro, reforçando as apostas de que o BC possa começar a elevar os juros para conter a inflação já no início de 2011. Os contratos a partir de 2013 recuaram.