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Juros: DI despenca após aperto do BC baixar aposta em Selic

Medidas para diminuir crédito anunciadas pelo BC devem deixar aumento dos juros para 2011, acreditam analistas

Henrique Meirelles na coletiva sobre as medidas do BC: objetivo é inibir "bolha" no crédito (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Henrique Meirelles na coletiva sobre as medidas do BC: objetivo é inibir "bolha" no crédito (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 09h35.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros abriram em queda após o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ter anunciado medidas de aperto para evitar a formação de “bolhas” no crédito, que devem ter impacto na inflação e no nível de atividade. As medidas podem reduzir a necessidade de um aumento urgente da taxa de juros.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de abril de 2011 despencava 20 pontos-base às 9h07, para 11,16 por cento, enquanto o vencimento de janeiro de 2011 caía 13 pontos, para 10,71 por cento.

“As medidas mostram que uma parte da política monetária vai ser feita pela via do crédito”, disse Marina Santos, economista-chefe da Squanto Investimentos, que administra US$ 250 milhões, em entrevista por telefone de São Paulo.

“Aumenta a chance de a elevação do juro ficar para janeiro e não sair agora, e também de a magnitude da alta ser menor.”

Meirelles anunciou, em entrevista hoje cedo, aumento do compulsório para depósitos à vista e à prazo e do requerimento de capital para empréstimos de pessoas físicas.

O presidente do BC disse que a mudança no compulsório removerá R$ 61 bilhões do mercado e tem efeito macroprudencial e inibe “bolhas” no crédito. Meirelles disse ainda que as medidas têm efeito sobre a política monetária e são uma resposta do BC à liquidez.

O mercado de juros ampliou nos últimos dias as apostas de que o Banco Central subirá os juros no início de 2011 após indicadores terem mostrado aquecimento econômico no exterior e no Brasil e aumento da inflação doméstica. A produção industrial de outubro, divulgada ontem, subiu 0,4 por cento sobre setembro, recuperando-se após a queda de 0,2 por cento do mês anterior.

O crédito, que tem sido um dos fatores de aumento da demanda no Brasil, cresceu 20,3 por cento em outubro na comparação anual, segundo o BC.

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