Os juros que foi obrigada a pagar representam uma alta de 30% com relação aos 5,45% do leilão anterior (Pedro Armestre/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2011 às 09h57.
Madri - A Espanha colocou à venda nesta quinta-feira 3,562 bilhões de euros em obrigações a dez anos, e os juros podem subir a 7,088%, o mais alto desde 1997.
Os juros que foi obrigada a pagar representam uma alta de 30% com relação aos 5,45% do leilão anterior, realizado em 20 de outubro.
Minutos depois do leilão, o prêmio de risco da Espanha se aproximava aos 500 pontos básicos, seu nível mais alto desde a criação do euro.
O objetivo da emissão, que oscilava entre 3 e 4 bilhões de euros, aconteceu sem problemas, mas o índice de cobertura (proporção entre demanda e valor abjudicado) não foi tão elevado como em leilões anteriores e alcançou 5,502 bilhões de euros.
O responsável pelo setor de dívida do Grupo Ahorro, Javier Ferrer, explicou à Agência EFE que esta forte subida corresponde ao temor que existe na Europa de comprar dívida que não seja alemã, e o índice de cobertura decepcionante supõe que não há interesse pela dívida espanhola.
Minutos depois do leilão, o prêmio de risco da Espanha chegava aos 500 pontos básicos, seu maior nível desde a criação do euro, com a rentabilidade do bônus a dez anos acima de 6,7%.
Entretanto, não é o risco-país da Espanha o único que subia no início desta quinta-feira, já que as divergências entre Alemanha e França sobre o papel que deve desempenhar o Banco Central Europeu (BCE) pressionaram também outros diferenciais europeus.
A Espanha vive este assédio dos mercados às vésperas das eleições gerais que acontecem no próximo domingo, nas quais as enquetes preveem a vitória do opositor Partido Popular (PP, centro-direita), que alcançaria uma grande maioria absoluta.
O líder do partido, Mariano Rajoy, confia que a eventual mudança de Governo tranquilizará os mercados, mas reconhece que encontrará uma situação extremamente difícil se ganhar as eleições.