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Juros curtos têm viés de baixa e longos sobem após Fed

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,29%

Sede da BM&FBovespa (Divulgação)

Sede da BM&FBovespa (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 17h42.

São Paulo - O mercado de juros futuros apresentou comportamento volátil nesta quinta-feira, com as taxas se movendo ao sabor dos acontecimentos domésticos e externos. O avanço de 1,4% das vendas do varejo em julho ante junho, inicialmente, sustentou as taxas perto do ajuste. No meio do dia, quando o Federal Reserve anunciou a terceira rodada de afrouxamento quantitativo e estendeu o prazo de manutenção dos juros em patamares baixos, as taxas longas tiveram um pico momentâneo e se consolidaram em alta após as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, já na hora final de negócios. Quase que simultaneamente ao anúncio do BC norte-americano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que mais 25 setores terão suas folhas de pagamento desoneradas e garantiu que esta medida também trará alívio para a inflação, mantendo as taxas curtas e intermediárias com discreto viés de baixa.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (385.595 contratos) estava em 7,29%, ante 7,30% no ajuste. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (283.470 contratos) marcava 7,77%, ante 7,78% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (125.305 contratos) indicava 9,25%, de 9,17% na véspera. O DI janeiro de 2021, com giro de 7.260 contratos, subia para a máxima 9,86%, ante 9,75% no ajuste anterior.

O dia começou com o resultado do varejo, que superou a mediana das expectativas encontrada pelo AE Projeções (+1%) no conceito restrito. Mas o resultado amplo do varejo, que considera as vendas relacionadas ao setor automotivo e construção, decepcionou, com recuo de 1,5% em julho ante junho. O desempenho foi pior do que a previsão mediana (1,20%).


Mesmo após esses números, os investidores estavam em compasso de espera pelo fim da reunião do Fed. O BC norte-americano anunciou que vai comprar US$ 40 bilhões por mês em títulos lastreados em hipotecas (MBS, na sigla em inglês) emitidos por agências do governo, em um programa sem previsão de término. O BC dos EUA ainda indicou que pode aumentar essas compras e adquirir ativos adicionais se o mercado de trabalho não melhorar. O Fed também disse que a taxa básica de juros deve permanecer em níveis excepcionalmente baixos até pelo menos meados de 2015. Bernanke foi mais longe e disse que se a economia dos EUA se enfraquecer ainda mais, o Fed fornecerá mais suporte. "faremos tudo o que for necessário para garantir que economia está no caminho certo", frisou.

Enquanto isso, o leve movimento de baixa das taxas curtas e intermediárias esteve relacionado à insistência das autoridades do governo em reforçar o efeito desinflacionário das recentes medidas. Mantega primeiro divulgou a terceira rodada do pacote de desoneração da folha salarial para potencializar a economia nacional. Serão contemplados mais 25 setores da economia - 20 setores industriais, dois de serviços e três de transportes. E, durante o anúncio, disse que essas determinações também vão ajudar na inflação, já que os setores favorecidos se comprometeram a repassar os benefícios para os preços. "Com todas as medidas que vão entrar em vigor em 2013, vamos ter inflação bem comportada em 2013", previu.

"Está cada vez mais evidente que o governo fará o possível para não elevar a taxa básica no ano que vem. Mas se for preciso, quer minimizar ao máximo o aperto", afirmou um operador, frisando que boa parte das apostas na retomada da alta da Selic já está concentrada para o segundo semestre do ano que vem.

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