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Juros curtos sobem em reação ao tom conservador do Copom

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 17h27.

São Paulo - O tom mais conservador usado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para justificar sua decisão de cortar a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 7,50% ao ano, provocou um movimento de alta nas taxas futuras curtas e intermediárias. Esse movimento só não foi maior em razão dos dados de crédito de julho um pouco piores, que tiraram as taxas curtas das máximas do dia. Enquanto isso, o trecho mais longo da curva de juros cedeu, em parte devido à piora externa, mas também pelo entendimento de que uma política monetária menos expansionista agora exigirá ajustes menores no futuro.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (948.705 contratos) estava em 7,26%, de 7,21% no ajuste e 7,28% na máxima, pela manhã. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (517.680 contratos) marcava 7,83%, ante 7,75% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (110.330 contratos) indicava 9,08%, de 9,14% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2021, com giro de 3.995 contratos, apontava 9,66%, de 9,80% na véspera.

Em sua justificativa, o Copom suprimiu trechos que utilizou em comunicados anteriores como "dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias" e "dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária". Na quarta-feira a autoridade monetária disse que: "Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia".


Esse texto foi mais conservador do que o mercado esperava, justificando a volta das apostas para o meio do caminho entre a manutenção do juro básico em 7,50% em outubro ou novo corte de 0,25 ponto.

Os dados de crédito conhecidos nesta quinta-feira, porém, tiraram um pouco do avanço das taxas curtas. O estoque das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,7% em julho na comparação com junho, para R$ 2,183 trilhões. No entanto, a inadimplência nas operações de crédito voltou a subir para 5,9% em julho, depois de atingir 5,8% no mês anterior. A média diária de novos empréstimos concedidos a empresas e consumidores registrou queda no mês passado de 10,1% ante junho, e seguiram em baixa no dado parcial até 17 de agosto (-1,4%).

À tarde, o governo anunciou os parâmetros do Orçamento de 2013. Os números, porém, não trouxeram surpresas. O governo trabalha com um crescimento do PIB de 4,5%, um IPCA no centro da meta de inflação, de 4,5%, assim como um salário mínimo que contempla reajuste de 7,9%, para R$ 670,95.

O exterior, porém, continuou ruim. As preocupações com o desaquecimento da economia global se intensificaram após a divulgação de notícias desanimadoras na zona do euro e nos EUA. Os mercados internacionais precificaram negativamente a queda no indicador de confiança da zona do euro e o número acima do esperado nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA. O sentimento geral, tanto na Europa quanto nos EUA, continua sendo de cautela, enquanto os participantes do mercado aguardam sinais de mais relaxamento na política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed).

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