O giro financeiro foi de R$ 4,647 bilhões (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 18h03.
São Paulo - Alguns dados negativos vindos da Europa e também anunciados por aqui favoreceram uma pequena correção em baixa das taxas futuras de juros, ainda mais porque, na segunda-feira, o mercado experimentou forte recomposição de prêmios, sobretudo nos vencimentos mais longos. Além disso, na visão de analistas, o mercado esperava mais da reunião entre a presidente Dilma Rousseff e a equipe econômica, mas, por enquanto, apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou redução das taxas dos financiamentos para empresas, numa tentativa de resgatar os investimentos privados no País.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (304.390 contratos) estava em 7,91%, de 7,94% no ajuste. O DI janeiro de 2014, com movimento de 411.275 contratos, caía a 8,33%, de 8,39% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (88.655 contratos) indicava 10,06%, de 10,15% na segunda-feira, e o DI janeiro de 2021 (8.240 contratos) marcava 10,73%, de 10,81% no ajuste.
Segundo o PMI HSBC Serviços, um subíndice do Índice Gerente de Compras calculado pela Markit Economics Limited e HSBC Bank Brasil, a atividade no setor privado de serviços no Brasil caiu 3 pontos porcentuais em maio, ou 5,7%, ao recuar para 52,7 pontos em abril para 49,7 pontos. Essa é a primeira queda registrada pelo indicador desde julho de 2009 e a primeira vez que o índice fica abaixo de 50 pontos. Já a CNI informou que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria ficou em 81,0% em abril, ante 81,5% em março, abaixo do intervalo das projeções do mercado (81,10% a 81,80).
Nesta terça-feira, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciou a redução de juros na Progeren, linha de crédito voltada para o capital de giro das empresas. As taxas passaram de 9,5% para 6% para micro e pequenas empresas; de 9,5% para 6,5% para as médias; e de 10% para 8% para as grandes e médias-grandes empresas.
Lá fora, um dos poucos indicadores positivos dos últimos dias veio dos EUA. O índice ISM de atividade do setor não industrial norte-americano subiu para 53,7 em maio, de 53,5 em abril. A estimativa dos analistas era de uma leitura de 53,0. Por outro lado, a Europa seguiu com dados decepcionantes e, para piorar, a teleconferência entre líderes do G-7 (grupo das sete economias mais industrializadas) não trouxe nenhuma ação efetiva para combater a crise, adiando a discussão para o G-20, em meados deste mês.
De volta ao âmbito doméstico, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participou de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, na Câmara dos Deputados. Ele reafirmou que o Brasil tem importantes colchões de liquidez para assegurar a tranquilidade ao sistema. Ele também disse que o ritmo da economia brasileira se acelerará no segundo semestre e que o processo inflacionário continua em trajetória de convergência para as metas.