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Juros caem fortemente após divulgação do IPCA

E o mercado futuro de juros abriu com uma redução forte nas taxas de curto prazo e intermediária


	Oscilação no DI reflete ainda interpretações de declarações feitas ontem por um diretor do Banco Central
 (Stock.xchng)

Oscilação no DI reflete ainda interpretações de declarações feitas ontem por um diretor do Banco Central (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2012 às 12h00.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro acelerou para 0,57%, ante 0,41% de agosto, mas não trouxe nenhuma surpresa negativa como a observada no IPC de São Paulo. E o mercado futuro de juros abriu com uma redução forte nas taxas de curto prazo e intermediária, refletindo ainda interpretações de declarações feitas ontem por um diretor do Banco Central.

Às 10h25, o janeiro de 2013 indicava 7,13%, de 7,19% no ajuste de quinta-feira (04). O janeiro de 2014 despencava para 7,45%, na mínima intradia, de 7,57% no ajuste. A reação indica ampliação da expectativa de queda da Selic na próxima semana e também maior longevidade para que a taxa seja mantida em patamar baixo no horizonte de 2013.

Divulgado na quarta-feira (03), o IPC da Fipe apontou que a inflação em São Paulo acelerou para 0,55% no fechamento de setembro, ante 0,27% em agosto. O resultado superou o teto das previsões dos analistas, que era de 0,51%. Mas o IPCA não confirmou os rumores do mercado de que traria uma aceleração mais intensa do que a esperada pelos economistas.

Além de IPCA não ter trazido o resultado temerário esperado, analistas comentam as declarações feitas na quinta-feira pelo diretor do Banco Central, Luis Awazu Pereira da Silva, considerando que seus comentários dariam margem para o mercado inferir que um corte parcimonioso da Selic ocorrerá na próxima semana. Awazu disse que a economia mundial está passando por um "processo longo e penoso de desalavancagem", relacionada aos desdobramentos da crise internacional. "Há maior certeza de redução de chances de surgir uma crise aguda", comentou Awazu.

Ele ainda defendeu o regime de câmbio flutuante como instrumento que permite que o nível de atividade absorva da forma mais adequada possível choques externos. Nesta sexta-feira, o dólar no mercado à vista testou nova mínima por volta das 10 horas, a R$ 2,0170, em baixa de 0,10%. Nos últimos dias, o BC tem se ausentado do mercado cambial.

O mercado de juros ignora ainda o fato de o índice IPCA mostrar que a pressão inflacionária está mais generalizada e não restrita apenas ao efeito mais pressionado dos alimentos. Segundo a Votorantim Corretora, o índice de difusão do IPCA ficou em 66,48%, acima da taxa de 65,66% em agosto. Dentro de um contexto em que a atividade está em velocidade mais acelerada no segundo semestre, esse indicador poderia manter o quadro dividido entre aqueles que projetam manutenção da Selic na próxima semana e aqueles que acreditam que há espaço para nova queda da taxa. Mas o mercado não teve dúvidas e escolheu o caminho de baixa das taxas.


E avançando pelo mês de outubro, o cálculo diário do IPCA feito paralelamente pela Fundação Getúlio Vargas mostrou desaceleração da alta do índice no critério ponta, que passou de 0,78% no dia 3 deste mês para 0,67% ontem, de acordo com uma fonte que teve acesso ao relatório da instituição divulgado hoje. O grupo alimentos e bebidas desacelerou a alta de 1,66% para 1,49% na mesma passagem.

Nos EUA, a taxa de desemprego nos EUA diminuiu para 7,8% em setembro, ante de 8,1% em agosto. O resultado foi melhor do que a previsão dos economistas ouvidos pela Dow Jones, que esperavam que o número permaneceria em 8,1%.

O indicador de setembro foi o menor desde janeiro de 2009. A taxa de desemprego melhor que o previsto acabou compensando o fato de a criação de vagas em setembro ter vindo um pouco pior que o esperado. Em setembro, foram criados 114 mil vagas, ante expectativa de criação de 118 mil. E os dados fizeram o juro da T-Note de 10 anos dar um salto para 1,7230%.

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