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Juro tem queda e sobe chance de Selic abaixo de 8%

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 estava em 7,73%, de 7,75% no ajuste

Entre as taxas longas, o recuo era ainda maior, em correção ao movimento de alta verificado nesta segunda-feira (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Entre as taxas longas, o recuo era ainda maior, em correção ao movimento de alta verificado nesta segunda-feira (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 16h59.

São Paulo - O mercado de juros futuros deu prosseguimento à devolução de prêmios iniciada na segunda-feira, com a diferença de que a queda das taxas se dá ao longo de toda a curva a termo. Não houve um fator específico para ditar o movimento dos juros, mas o conjunto da obra, segundo operadores, claramente favorece a continuidade de redução da Selic. Tanto que, agora, a curva precifica novo corte de 0,50 pp da taxa básica em julho e mais de 50% de chance de haver outra redução em agosto, ainda que em menor intensidade. Tudo isso porque a ideia de que o PIB será muito fraco em 2012 consolida-se cada vez mais entre os analistas, ao passo que não há sinais de que a crise externa irá se dissipar no horizonte mais próximo.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (319.300 contratos) estava em 7,73%, de 7,75% no ajuste. O DI janeiro de 2014, com movimento de 256.280 contratos, indicava 8,04%, de 8,09% na véspera. Entre as taxas longas, o recuo era ainda maior, em correção ao movimento de alta verificado nesta segunda-feira. O DI janeiro de 2017 (49.230 contratos) cedia para 9,75%, de 9,83% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021 (2.380 contratos) caía para 10,36%, de 10,47% no ajuste.

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini afirmou que a visão continua sendo caracterizada por mercados voláteis, "que deve ser a norma nos próximos meses e trimestres". "Para o Brasil, o cenário externo ainda representa cenário desinflacionário", afirmou. Tombini disse também que a inflação seguirá em trajetória convergente à meta para este ano, de 4,5%. "E não deixaremos (a inflação) escapar para níveis elevados no próximo ano", comentou.


À possibilidade de a inflação permanecer comportada, soma-se o quase consenso dentro do mercado de que o crescimento da economia em 2012 tem grande chance de ficar aquém do avanço de 2,7% registrado no ano passado. A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, por exemplo, mostra que a mediana das estimativas do mercado para o PIB já estão em 2,53%, de 2,72% antes. E os dados conhecidos por aqui corroboram o crescimento lento. Nesta terça-feira, o único dado da indústria, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o emprego no setor recuou 0,3% em abril ante março e caiu 1,4% em relação a abril de 2011.

Lá fora, a despeito de alguma recuperação dos ativos, o clima continua tenso. O porta-voz da Comissão Europeia, Olivier Bailly, disse o órgão tem discutido planos de contingência para uma eventual saída da Grécia da zona do euro. No entanto, ele negou que exista um plano para a saída do país. Em meio a isso, a agência de classificação de risco Fitch reduziu as notas de 18 bancos espanhóis, entre eles o Bankia e o Caixabank. A agência de rating disse que a Espanha vai perder "significativamente" suas metas de redução do déficit orçamentário.

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