Bovespa: ao fim da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2014 ficou em 10,84% (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 16h59.
São Paulo - Os juros futuros fecharam em alta nesta quarta-feira, 19, impulsionados pelos resultados acima do esperado da segunda prévia do IGP-M de março e do IPC na segunda quadrissemana, além da decisão do Federal Reserve de continuar reduzindo os estímulos monetários e abandonar o gatilho do desemprego, que pode significar que uma elevação nos juros nos EUA viria antes do esperado.
O Fed também impulsionou o dólar, que antes operava em queda, mas acabou fechando em alta ante o real.
Ao fim da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2014 (116.275 contratos negociados) ficou em 10,84%, ante 10,82% do ajuste de ontem.
Já a taxa do vencimento para janeiro de 2015 (198.665 contratos) marcou 11,25%, ante 11,17%. Na ponta mais longa da curva a termo, o DI para janeiro de 2017 (309.435 contratos), o mais líquido, ficou com taxa de 12,79% - na máxima - ante 12,66%. Já o vencimento para janeiro de 2021 (22.940 contratos) marcou 13,23%, ante 13,09%.
Na manhã de hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que a segunda prévia do IGP-M de março mostrou alta de 1,41%, acima da taxa de 0,24% registrada na segunda prévia de fevereiro e superando também a mediana das projeções feitas pelos economistas (+1,35%).
Destaque para os preços dos produtos agropecuários, que subiram 5,13%, em comparação à queda de 1,53% apurada na segunda prévia do mesmo índice em fevereiro.
Já o IPC-Fipe, que mede a inflação da cidade de São Paulo, também teve aceleração, mostrando uma alta de 0,68% na segunda quadrissemana de março, acima da primeira leitura do mês (+0,57%). O resultado ficou ainda acima do intervalo das previsões de 16 instituições pesquisadas pelo AE Projeções, que apontavam que o índice poderia ficar entre 0,50% e 0,67%, com mediana de 0,62%.
Nos EUA, o Fed também decidiu reduzir as compras mensais de bônus em US$ 10 bilhões, para US$ 55 bilhões, e indicou que deverá seguir com o corte nos estímulos monetários nos próximos meses, se a economia continuar no atual ritmo de recuperação. O banco central também resolveu abandonar o gatilho de 6,5% para o desemprego.
Anteriormente, a instituição havia prometido manter os juros próximos de zero enquanto o desemprego continuasse acima de 6,5% e a inflação abaixo de 2,5%. Agora, essa decisão vai depender de uma ampla gama de fatores sobre o mercado de trabalho, inflação e situação do sistema financeiro.
O Fed também reduziu sua projeção de crescimento para a economia e elevou as expectativas de inflação.
Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) preveem agora que a economia norte-americana terá um crescimento de 2,8% a 3% em 2014, em comparação com a projeção de 2,8% a 3,2% anunciada em dezembro. A inflação deve ficar entre 1,5% e 1,6%, ante expectativa anterior de 0,9% e 1,0%. Por volta das 16h30, o yield da T-note de 10 anos subia para 2,779%, de 2,673% no fim da tarde de terça-feira, 18.