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Juro futuro cai com recuo do dólar e palavras de Tombini

O presidente do Banco Central, por meio de nota, disse que "os movimentos recentemente observados nas taxas de juros de mercado incorporam prêmios excessivos"


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (819.330 contratos) marcava 9,15%
 (Getty Images)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (819.330 contratos) marcava 9,15% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 17h06.

São Paulo - A queda do dólar e dos juros dos títulos da dívida do Tesouro dos Estados Unidos, os chamados Treasuries, mas principalmente as palavras na noite passada de Alexandre Tombini fizeram cair fortemente as taxas futuras de juros nesta terça-feira, 20, e recolocaram as apostas de que o aperto monetário continuará no passo de 0,50 ponto porcentual.

O presidente do Banco Central, por meio de nota, disse que "os movimentos recentemente observados nas taxas de juros de mercado incorporam prêmios excessivos". Foi a deixa para que os investidores tirassem esses "prêmios excessivos" da curva a termo.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (819.330 contratos) marcava 9,15%, de 9,33% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (629.020 contratos) indicava taxa mínima de 10,26%, de 10,66% na véspera. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (215.545 contratos) apontava 11,52%, também na mínima, ante 11,84%. O DI para janeiro de 2021 (10.505 contratos) estava na mínima de 11,82%, de 12,02% no ajuste anterior.

De acordo com um operador, as atuações de BC e Tesouro, somadas ao discurso de Tombini, trouxeram certo alívio para os negócios nesta véspera de ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). "Obviamente, um sinal de que a retirada dos estímulos nos EUA é iminente deve recolocar as taxas de juros e o dólar em alta. Mas, pelo menos no caso dos juros de curto prazo, não acredito que voltarão aos patamares de ontem", disse a fonte.

Na segunda-feira, 19, com os mercados fechados, Tombini voltou a afirmar que a "adequada condução da política monetária contribui para mitigar riscos oriundos da depreciação cambial para a inflação".

Além disso, nesta sessão houve mais uma atuação conjunta de BC e Tesouro. Este último aceitou propostas para recompra de 1,4 milhão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para 01/07/2016 e ainda para recompra de 150 mil LTN para 01/01/2017. O Tesouro também aceitou recomprar 73 mil Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F) para 01/01/2021 e 124 mil NTN-F para 01/01/2023.

Já a autoridade monetária vendeu cerca de US$ 2 bilhões em dois leilões de swap cambial - o primeiro relativo a uma oferta nova e o segundo referente à terceira parcela de rolagem do vencimento de US$ 5,04 bilhões para 2 de setembro. O BC fez ainda duas operações no mercado à vista através da oferta de dólares com recompra futura programada, num total ofertado de até US$ 4 bilhões. Com isso, o dólar, também influenciado pelo exterior, recuou 0,83% no mercado à vista de balcão, cotado a R$ 2,3940.

Nos EUA, em mais um dia de poucos indicadores, a cautela com a ata do Fed, a ser conhecida na tarde de quarta-feira, 21, voltou a ditar o ritmo dos negócios. Neste pregão, no entanto, as Bolsas exibem ganhos enquanto os juros dos Treasuries cedem.

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