Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (362.500 contratos) marcava 9,442% (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2013 às 17h19.
São Paulo - As taxas futuras de juros mantiveram na tarde desta terça-feira, 8, o comportamento da manhã, de leve alta nos vencimentos mais curtos e queda nos prazos longos.
Enquanto o discreto recuo do dólar e as tensões envolvendo a questão fiscal dos Estados Unidos seguiram ditando o ritmo de baixa das taxas longas, os curtos subiram por motivos técnicos e internos.
O mercado seguiu em ajuste ao patamar do CDI acima de 8,80% e, além disso, houve declarações da presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre a possibilidade de reajuste dos combustíveis ainda em 2013. Mas no dia que antecedeu a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a cautela também permeou os negócios.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (362.500 contratos) marcava 9,442%, de 9,416% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (299.550 contratos) indicava taxa de 10,08%, igual a esta segunda-feira, 7. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (121.950 contratos) apontava 11,16%, de 11,24% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (6.735 contratos) estava em 11,71%, ante 11,77% no ajuste anterior.
Apesar de alguns indicadores de inflação conhecidos nesta terça-feira, não foram eles a determinar o movimento dos juros. De acordo com um profissional da área de renda fixa, ainda há investidores fazendo ajustes ao novo patamar do CDI. Na sexta-feira, 4, a taxa saltou para 8,83%, de 8,7% um dia antes.
Nesta segunda-feira, no primeiro dia da nova metodologia de cálculo adotada pela Cetip, o CDI terminou em 8,81%. Por ora, a curva de juros segue precificando mais uma elevação de 0,5 ponto porcentual da Selic nesta quarta-feira, 9, bem como apostas majoritárias em nova alta desta intensidade no encontro de novembro do Copom.
Vale destacar que nesta quarta-feira o mercado tomará conhecimento, logo cedo, da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro.
Esse será mais um fator a ser considerado pelo Copom na reunião, mas, teoricamente, não deve ter influência decisiva na resolução da autoridade monetária, a menos que ocorra uma surpresa muito grande. Nesta terça, a Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro subiu 1,36%, após avançar 0,46% em agosto.
O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas, de 1,47%. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,38% na primeira quadrissemana de outubro, segundo a FGV, de 0,30% no fechamento de setembro.
Enquanto isso, as tensões envolvendo a paralisação do governo dos Estados Unidos e a aproximação da data-limite para que ocorra o aumento do teto da dívida dos EUA seguiram trazendo cautela.
O líder da maioria republicana e presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, apelou hoje aos democratas para que sentem à mesa com o objetivo de negociar e pôr fim à paralisação do governo do país.
Conforme Boehner, os democratas não aceitam negociar. À tarde, o presidente norte-americano, Barack Obama, após conversa com ele, disse ser preciso "parar com as desculpas e colocar o projeto em votação".
Em meio a isso, os juros dos Treasuries operaram perto da estabilidade. A taxa do T-note para 10 anos marcava 2,639% às 16h34, de 2,634% no fim da tarde desta segunda. O dólar, por sua vez, também mostrou oscilações pequenas, mas terminou com leve baixa de 0,05% no mercado à vista de balcão, a R$ 2,2060.