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Juro cai por exterior titubeante e nova queda do dólar

Altas da semana passada sofrem correção com cenário exterior incerto


	Prédio da Bovespa, a bolsa brasileira: sem divergências, mercado aposta na manutenção da Selic no patamar atual
 (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

Prédio da Bovespa, a bolsa brasileira: sem divergências, mercado aposta na manutenção da Selic no patamar atual (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 18h12.

As taxas futuras de juros deram prosseguimento nesta terça-feira ao viés de queda visto nos últimos dias, principalmente depois que o Banco Central atuou para conter o avanço do dólar. Com o exterior titubeante, apesar da aprovação de nova ajuda à Grécia, e a moeda dos Estados Unidos em baixa ante o real, os investidores corrigiram mais um pouco as fortes altas dos juros computadas na semana passada.

Nesta véspera da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, as apostas do mercado caminharam em uníssono para a manutenção da Selic em 7,25% ao ano.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI para janeiro de 2014 (386.800 contratos) marcava mínima de 7,28%, ante 7,33% no ajuste. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (52.735 contratos) indicava 7,87%, de 7,93% no ajuste. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (118.795 contratos) estava em 8,68%, de 8,74% na segunda-feira. A taxa para janeiro de 2021 (6.135 contratos) projetava 9,34%, ante 9,37% no ajuste.

No trecho mais curto da curva de juros, a taxa para janeiro de 2013 (189.650 contratos) estava em 7,09%, de 7,08% na véspera, com os ativos precificando estabilidade da Selic na decisão do Copom que sai na quarta-feira depois do fechamento do mercado.

"O dólar em queda e o movimento técnico de devolução da alta registrada na semana passada podem explicar um pouco dessa baixa das taxas intermediárias e longas", avaliou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Nesta terça, o dólar no mercado à vista de balcão terminou cotado a R$ 2,0810 (-0,05%). "Além disso, o mercado já havia precificado em boa medida a ajuda à Grécia. Tanto que Bolsas e commodities praticamente não reagiram. O exterior neutro, pendendo para o negativo, acabou não fornecendo qualquer sustentação às taxas futuras", considerou outro profissional.


Internamente, ainda que de forma secundária, as discussões sobre as renovações de concessões do setor de energia voltaram às mesas. As conversas davam conta de que o governo federal poderá revisar alguns valores das indenizações para as empresas de energia expostas à Medida Provisória 579. Caso isso se confirme e resulte em uma adesão maior por parte das companhias, o alívio projetado para a inflação poderia ser alcançado mais facilmente.

Por outro lado, à tarde, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Julião Coelho, defendeu a tese de que a Cemig tem direito de renovar a concessão das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda por mais 20 anos, sem redução das tarifas. Essas usinas foram as únicas que nunca tiveram os contratos prorrogados, ao contrário das demais afetadas pelos efeitos da MP 579. Essa visão, se aceita pelo governo, poderia reduzir, mesmo que pontualmente, o alívio para os preços.

No que diz respeito à inflação corrente, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 0,64% na terceira quadrissemana de novembro, ante alta de 0,70% no período anterior. O valor ficou em linha com a mediana do AE Projeções, de 0,63%.

No exterior, com o temor sobre a Grécia apaziguado momentaneamente, as atenções voltaram a se concentrar na questão fiscal dos EUA. Mais cedo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou em relatório que um eventual fracasso no acordo sobre o abismo fiscal pode empurrar a economia dos EUA de volta à recessão.

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