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JP Morgan coloca Embraer na berlinda e corta recomendação

Analistas apontam lenta recuperação da carteira de pedidos e derrubam preço-alvo em 18%


	Carteira de pedidos firmes da Embraer preocupa JP Morgan
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Carteira de pedidos firmes da Embraer preocupa JP Morgan (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 15h11.

São Paulo – O JP Morgan cortou nesta segunda-feira a recomendação às ações ordinárias da Embraer (EMBR3), de compra para neutra. Os papéis da fabricante brasileira de aviões chegavam a desvalorizar 3,1% na mínima do dia.

Um dos motivos para o rebaixamento continua sendo a carteira de pedidos firmes da companhia, que recentemente encolheu para um dos níveis mais baixos da história. Ao final de junho, o valor da carteira de pedidos da Embraer chegou a 12,9 bilhões de dólares, uma queda de 18% na comparação anual.

“Mesmo assim, as ações da Embraer mostram uma valorização de 17% desde então; acreditamos que há um exagero neste movimento”, explica a equipe de análise do JP. No mesmo período, o Ibovespa mostrou avanço de 15% e o índice S&P 500 subiu 9%.

O JP Morgan mostra preocupação com a fraca demanda por jatos comerciais, que contribuíram 58% das vendas no ano passado. “Mesmo com uma melhora na demanda de companhia aéreas dos EUA, ainda vemos desafios cíclicos e estruturais nos próximos meses”, diz a análise.

Os analistas lembram ainda que a Embraer não anunciou pedidos de aeronaves executivas desde julho. Com isso, a expectativa do JP é de uma redução de 10% em temos de entregas destes modelos no terceiro trimestre, para 26 unidades no período e 180 até o dia 30 de setembro.

O preço-alvo dos papéis da Embraer foi cortado em 18%, de 37 para 30 dólares, um potencial de valorização de 11%.


Boicote?

Recentemente, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados (CREDN), manifestou sua "preocupação" diante da possibilidade de os Estados Unidos ampliarem suas sanções às empresas que negociam com países como Cuba e Irã.

Perpétua disse que a ampliação dessas sanções a empresas de outros países tramita no Senado americano e que, caso seja aprovada, afetaria companhias brasileiras, sobretudo na área de defesa, como a Embraer.

Em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, a deputada explicou que se trata de uma emenda que impediria o Departamento de Defesa dos Estados Unidos de negociar com empresas estrangeiras que mantenham negócios com nações consideradas inimigas, como Irã e Cuba, a chamada Emenda Rivera.

Turbulências no balanço

A Embraer viu seu lucro líquido encolher 25% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O ganho diminuiu de R$ 153,8 milhões entre abril e junho de 2011 para R$ 114,8 milhões em igual intervalo deste ano.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 109% no período, passando de R$ 250,4 milhões para R$ 524,4 milhões. A receita líquida alcançou R$ 3,385 bilhões, um aumento de 56,13% sobre os R$ 2,167 bilhões apurados entre abril e junho do ano passado.

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