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“Jornada de crescimento vai continuar”, diz CEO da Porto após lucro mais que dobrar no 3º tri

Roberto Santos deixa a empresa no final do ano, mas reforça que estratégia da companhia não muda com nova gestão

Roberto Santos, CEO da Porto, deixa o comando da empresa em 2024  (Fernando Martinho/ Porto Seguro/Divulgação)

Roberto Santos, CEO da Porto, deixa o comando da empresa em 2024 (Fernando Martinho/ Porto Seguro/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 11 de novembro de 2023 às 08h03.

O lucro da Porto (ex-Porto Seguro) mais que dobrou no terceiro trimestre, dando continuidade a uma trajetória de bons números que podem levar a companhia a um resultado recorde no acumulado deste ano. Foram R$ 621,1 milhões de lucro no último trimestre, e um resultado acumulado de R$ 1,62 bilhão nos primeiros nove meses de 2023. A última linha do balanço ficou 15% acima das previsões do mercado.

Este ano será o último dos sete que Roberto Santos passou à frente da Porto como CEO. A partir de 2024, Santos entra para o conselho de administração e Paulo Kakinoff assume a presidência. Kakinoff já estava no conselho há três anos e ajudou a construir a estratégia da empresa, inclusive a divisão do negócio nas verticais Porto Seguro, Porto Saúde e Porto Bank.

“Não esperem mudanças bruscas na estratégia da empresa, mas sim uma continuidade numa jornada de crescimento de receitas e resultados”, disse Santos em entrevista à EXAME Invest

A Porto mantém a toada de crescimento da receita em dois dígitos, com alta de 13,3% no terceiro trimestre, atingindo R$ 8,3 bilhões. No acumulado do ano, o indicador subiu 18,8% na comparação anual, alcançando R$ 23,3 bilhões.

O destaque do resultado foi o core da empresa: o segmento de seguros. A Porto Seguros teve um lucro líquido de R$ 566 milhões, uma expansão de 192% em base anual, com uma receita de R$ 5,57 milhões, alta de 8,6% no mesmo período.

“Foi um crescimento forte calcado no reajuste de preços, mas também pelo aumento da quantidade de clientes”, afirmou o CEO. A Porto alcançou 13,7 milhões de itens/vidas segurados no período, com incremento de 610 mil clientes no seguro de vida e de mais de 200 mil veículos. “Não é tanta coisa comparado ao tamanho da frota, mas para um mercado tão concorrido como o de automóveis, um número de 200 mil é algo significativo”.

A Porto Saúde, segmento de planos de saúde, teve um aumento de 38,5% nas receitas em relação ao terceiro trimestre do ano anterior, chegando a R 1,2 bilhão. O lucro líquido foi de R 37,5 milhões, número recorde para o período. A vertical chegou a 510 mil beneficiários pelo país – o aumento foi de 97 mil vidas em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

Já no Porto Bank, vertical de negócios financeiros, a receita subiu 12,7%, para R$ 1,2 bilhão, enquanto a carteira de crédito savançou 8,9%, para R$ 16,6 bilhões. O crescimento veio na esteira da carteira de cartão de crédito, que registrou uma alta de 12,4%, para R$ 13,9 bilhões.

Enquanto os bancos seguem retomando a concessão de crédito nos cartões com cautela, a Porto mostra um crescimento mais agressivo que, na visão de Santos, é uma oportunidade de negócio. 

“Temos uma vantagem competitiva que é um aquário para pescar: não precisamos pescar o cliente no mar aberto. Cerca de 95% das vendas hoje são concentradas para clientes que já têm negócios com o sistema Porto, então isso permite uma análise de crédito muito mais apurada”, defende.

A estratégia, por outro lado, impacta na inadimplência. O indicador de atrasos acima de 90 dias ficou em 7,4%, alta de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve um recuo de 0,1 p.p frente ao último trimestre o que, na avaliação da empresa, já indica que o pico da inadimplência ficou para trás.

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