Jim Cramer, apresentador do programa Mad Money, da CNBC | Foto: John Lamparski/Getty Images (John Lamparski/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 28 de setembro de 2021 às 08h58.
Última atualização em 28 de setembro de 2021 às 10h50.
O ex-gestor e apresentador do programa da CNBC Mad Money, Jim Cramer, avalia que o mercado de ações está sensível, especialmente, a dois fatores neste momento: a crise de abastecimento (o chamado suppky chain) e o mercado de títulos americano.
“Você precisa saber sobre esses dois temas a cada minuto de cada dia se for escolher ações, porque é o que está impulsionando os preços”, disse Cramer.
Não faltam exemplos, da crise de semicondutores que afeta as montadoras de automóveis desde o ano passado a casos mais recentes que começam a se alastrar por outros setores
Diante da falta de suprimentos, empresas têm reduzido projeções de produção e ofertas de bens e serviços. Como resultado, a menor oferta leva os consumidores a pagarem mais, alimentando a inflação, que já supera os 5% no acumulado de 12 meses nos Estados Unidos.
Na última semana, as ações da Nike chegaram a despencar mais de 6%, após a companhia informar que irá crescer menos nos próximos meses e em 2022 devido à falta de insumos.
Nesta terça-feira, 28, temores de que a retomada econômica pressione ainda mais a escassez de recursos e a alta da inflação tem impulsionado o rendimento dos títulos americanos, os Treasuries. Durante a madrugada, os títulos de 5 anos chegaram a superar 1% de rendimento pela primeira vez desde o início da pandemia.
Com os títulos americanos -- considerados os ativos mais seguros do mundo -- pagando mais, bolsas do mundo inteiro operam em queda. Um dos setores mais atingidos é o de tecnologia, por ter perspectivas de crescimento de mais longo prazo e maior necessidade de condições estimulativas.
No mercado americano, os impactos têm sido sentidos principalmente no índice Nasdaq, com maior peso de ações de tecnologia. Após ter o pior desempenho da última sessão, nesta manhã, o Nasdaq recua mais de 1% no mercado de futuros, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones, mais ligados à economia tradicional, recuam cerca de 0,70% e 0,30%, respectivamente.
O mercado brasileiro tampouco fica fora dessa conta. No último pregão, ações da Méliuz (CASH3), Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Banco Inter (BIDI11) lideraram as perdas do Ibovespa, com respectivas quedas de 5,18%, 4,71%, 3,97% e 3,88%, respectivamente. Locaweb (LWSA3) e Totvs (TOTS3) recuaram cerca de 3%.