(Ueslei Marcelino/Reuters)
Rita Azevedo
Publicado em 22 de maio de 2017 às 19h19.
Última atualização em 22 de maio de 2017 às 19h26.
São Paulo — A JBS perdeu, somente nesta segunda-feira, 7,4 bilhões de reais de seu valor em bolsa. Em linhas gerais, o valor de mercado de uma empresa é dado pela soma do preço de todas ações que ela tem em circulação. No pregão de hoje, os papéis do frigorífico despencaram mais de 31%. Foi a maior perda diária da história da companhia.
Desde a última quinta-feira, quando os investidores começaram a repercutir a delação premiada de um donos da companhia, Joesley Batista, a JBS viu suas ações derreterem. Hoje, os papéis eram negociados na casa dos seis reais, atingindo o menor valor desde março de 2013.
De lá para cá, o valor de mercado da companhia passou de 25,92 bilhões de reais para 16,31 bilhões de reais -- uma queda de 9,61 bilhões de reais. Os números são da Economatica.
Além do envolvimento dos irmãos Batista em um esquema de corrupção, que pode envolver até mesmo o presidente Michel Temer, o mercado repercute outros fatores que podem complicar o futuro da JBS.
Um deles é a investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que analisa se as empresas de Joesley Batista lucraram no mercado de dólar futuro com a disparada registrada logo após as notícias sobre a delação ou com a venda antecipada de papéis da empresa. No total, são cinco processos administrativos contra as companhias.
Ao mercado, a JBS informou que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição a moedas estrangeiras e commodities. Disse ainda que tem como política e prática a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os riscos cambiais e de commodities associados à sua dívida e recebíveis em dólar.
Além disso, a agência de classificação Moody’s cortou em uma nota o rating da JBS e da sua subsidiária JBS USA.