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JBS despenca com desentendimento entre acionistas

No fim de semana, o conselho de administração da companhia escolheu o fundador, José Batista Sobrinho, de 84 anos, como o novo presidente

JBS (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS (Ueslei Marcelino/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 19h14.

Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 11h08.

Depois de subir 10% na última semana, as ações do frigorífico JBS caíram 3,85% nesta segunda-feira, com um quiproquó entre seus acionistas.

No fim de semana, o conselho de administração da companhia escolheu o fundador, José Batista Sobrinho, de 84 anos, como o novo presidente para completar até 2019 o mandato de seu filho, Wesley Batista, preso por uso de informação privilegiada. Ainda no domingo, Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, dono de 21% da JBS, avisou que poderia ir à Justiça contra a escolha. Segundo Rabello, a reunião que definiu o novo presidente foi convocada às pressas e, além disso, Claudia Santos, representante do BNDES no conselho, que aprovou a escolha, votou “por conta própria”.

Nesta segunda-feira, Rabello voltou atrás e disse que o banco não poderá contestar a decisão, como inicialmente avaliado, porque a representante do BNDES no colegiado deu quórum à reunião. Para Rabello, a realização da reunião do conselho da JBS no sábado, na “calada da noite”, é um problema da “má governança recorrente da empresa”.

Mas ele precisou se explicar sobre o voto “por conta própria” de Claudia, o que deixou a impressão de uma ingerência sobre a conselheira que vai contra as boas práticas de gestão. Em nota, o BNDES diz que “ela atua com o devido grau de independência prescrito pelas melhores práticas de governança”.

Na nota, Rabello afirma ainda prezar pela boa governança, uma “condição básica para receber apoio financeiro do banco”. Para o bem do BNDES, e da JBS, é melhor que o vaivém dos últimos dois dias não volte a se repetir.

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