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Itaú tem lucro abaixo da estimativa e ações despencam

O lucro do banco diminuiu depois de ter elevado despesas com provisões para créditos ruins

As ações do banco despencavam 5%, para R$ 29,83, às 12h13, a maior queda do índice Ibovespa (Wikimedia Commons)

As ações do banco despencavam 5%, para R$ 29,83, às 12h13, a maior queda do índice Ibovespa (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2011 às 12h34.

Rio de Janeiro - O Itaú Unibanco Holding SA, maior banco do Brasil em valor de mercado, teve um lucro menor que as expectativas depois de ter elevado despesas com provisões para créditos ruins. As ações despencaram.

O lucro líquido aumentou 14 por cento para R$ 3,6 bilhões, ou R$ 0,79 por ação, no segundo trimestre, comparado a R$ 3,17 bilhões, ou R$ 0,70 por ação, no mesmo período do ano anterior, segundo um comunicado enviado hoje à Comissão de Valores Mobiliários. O lucro líquido recorrente atingiu R$ 3,32 bilhões, ou R$ 0,73 por ação, comparado com 3,3 bilhões no ano passado. A estimativa mediana de oito analistas pesquisados pela Bloomberg apontava para um lucro líquido ajustado de R$ 0,82 por ação.

As ações despencavam 5 por cento, para R$ 29,83, às 12:13, a maior queda do índice Ibovespa. Os papéis do banco têm tido um desempenho pior que seus pares este ano, com queda de 21 por cento até ontem, comparado a baixa de 16 por cento do Ibovespa e de 8,8 por cento do Banco Bradesco SA.

As ações do setor financeiro de mercados emergentes têm apresentado desempenho pior do que aquelas em mercados desenvolvidos com a alta da taxa de inadimplência, que seguiu um aumento do crédito nos últimos dois anos. No Brasil, o setor tem sido prejudicado por medidas do governo para coibir o crescimento do crédito e também refletindo a maior aversão a risco nos mercados globais, disse Marco Saravalle, analista da Coinvalores Corretora de Valores, em São Paulo.

Oportunidade de compra

“As ações foram exageradamente punidas, por conta do cenário macroeconômico local, com restrições ao crédito, as dúvidas quanto a novos aumentos na Selic e de certa forma uma maior exposição do Itaú ao risco externo,” disse Saravalle em entrevista por telefone de São Paulo. “Nós vemos este momento como uma oportunidade de compra, pois a rentabilidade do Itaú continua muito boa. O Itaú é a nossa ação preferida entre os bancos brasileiros.”

O Banco Central do Brasil tem imposto limites à concessão de crédito e elevado os juros, dificultando o pagamento de dívidas por consumidores, que utilizaram 26 por cento de sua renda para saldar empréstimos em junho - um nível recorde de comprometimento de renda.

O volume de crédito do sistema financeiro nacional aumentou 1,6 por cento em junho para R$ 1,83 trilhão, o ritmo mais forte neste ano.

Provisões

Despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa do Itaú aumentaram 29 por cento para R$ 5,11 bilhões, comparadas a R$ 3,96 bilhões no mesmo período em 2010. No primeiro trimestre, as despesas com provisões atingiram R$ 4,38 bilhões, de acordo com o comunicado.

A carteira de crédito do banco aumentou 22 por cento para R$ 360,1 bilhões, enquanto os ativos totais alcançaram R$ 792,5 bilhões, uma alta também de 22 por cento. O índice de inadimplência, considerando atrasos de mais de 90 dias, aumentou 0,3 ponto percentual para 4,5 por cento, em relação a 4,2 por cento no primeiro trimestre.

O analista Marcelo Telles do Credit Suisse Group AG disse em um relatório para clientes em 26 de julho que os resultados do Itaú poderiam “desapontar” investidores. Ele rebaixou a classificação do banco de “outperform” para “neutra”, citando previsões para margens mais baixas e uma possível elevação nas provisões para perdas com empréstimos.

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