Mercados

Itaú recua na bolsa após ser rebaixado pelo Credit Suisse

O maior banco da América Latina em valor de mercado lidera a queda de bancos na BM&FBovespa

O Credit Suisse Group AG rebaixou a recomendação do banco de “outperform” para “neutra” com o receio de que maiores custos com provisões vão reduzir o lucro do setor (Pedro Zambarda/EXAME.com)

O Credit Suisse Group AG rebaixou a recomendação do banco de “outperform” para “neutra” com o receio de que maiores custos com provisões vão reduzir o lucro do setor (Pedro Zambarda/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2011 às 14h54.

São Paulo - O Itaú Unibanco Holding SA, maior banco da América Latina em valor de mercado, lidera a queda de bancos na BM&FBovespa após o Credit Suisse Group AG ter rebaixado sua recomendação para a ação com o receio de que maiores custos com provisões vão reduzir o lucro do setor.

O Itaú, que foi rebaixado de “outperform” para “neutra”, recuava 1,71 por cento para R$ 31,60 às 13:16 na bolsa de São Paulo, depois de atingir baixa de 2,3 por cento, somando-se à queda acumulada de 19 por cento no ano até ontem. Na média, o Credit Suisse reduziu a previsão de lucro dos bancos brasileiros em 2011 em 4 por cento, e em 5 por cento para 2012, segundo nota enviada a clientes hoje.

Os bancos brasileiros recuaram este ano, com o índice da MSCI Inc. que acompanha as ações do setor financeiro do País registrando a segunda maior queda entre 10 setores, após o Banco Central ter elevado a taxa Selic, o compulsório e os juros de empréstimos a consumidores para conter a expansão do crédito. A inflação mais acelerada em seis anos e o nível de inadimplência mais alto devem fazer com que os bancos destinem mais recursos para cobrir calotes, prejudicando as margens do setor, disse o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, na nota.

“Os indicadores de qualidade dos ativos de curto prazo serão importantes devido à percepção de que o consumidor brasileiro está super endividado e que o Brasil está à beira de uma ruptura de qualidade dos ativos”, disse Telles.

A taxa de inadimplência entre as pessoas físicas passou de 6,1 por cento em abril para 6,4 em maio, enquanto a das pessoas jurídicas subiu de 3,7 em abril para 3,9 em maio, segundo dados do BC divulgados em 28 de junho. O saldo das operações de crédito do sistema financeiro teve a maior alta do ano, de 1,6 por cento em maio, para R$ 1,804 trilhão.

Banco do Brasil

O Banco Bradesco SA e o estatal Banco do Brasil SA tiveram suas recomendações reiteradas em “outperform”. A exposição mais baixa que os bancos têm a empréstimos individuais e em cartão de credito deve protegê-los do aumento da inadimplência, segundo o Credit Suisse.


O Bradesco recuava 0,89 por cento para R$ 28,97 por ação e o papel do Banco do Brasil caia 1,62 por cento para R$ 26,05.

“A adoção de uma política monetária menos ortodoxa para combater a inflação, receios em relação a Basileia III e a piora da qualidade dos indicadores de ativos de curto prazo impulsionaram a queda nos múltiplos para o setor”, disse Telles, referindo-se às regras de liquidez global impostas no ano passado pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia. “Apesar do desempenho significativamente inferior, os bancos brasileiros também não estão baratos em relação às instituições globais.”

Desconto do Itaú

Enquanto o Itaú é negociado com 15 por cento de desconto em relação à média histórica de 10,4 vezes a estimativa de lucro de 12 meses pelo Credit Suisse, o desconto em relação aos seus pares globais está em linha com a média de cerca de 0,8 por cento, segundo a nota. O banco com sede em São Paulo deve registrar no segundo trimestre um resultado com “margens mais fracas e provisões maiores, que devem provocar uma redução do lucro”, disse Telles.

O índice da MSCI que acompanha o setor financeiro do Brasil acumula perdas de 11 por cento no ano. O resultado só perde para a queda de 12 por cento do índice que acompanha construtoras e varejistas.

“Em geral ainda vemos um ambiente positivo para os resultados operacionais, apesar de menos favorável para as margens”, disse Telles.

Acompanhe tudo sobre:B3Bancosbancos-de-investimentobolsas-de-valoresCredit SuisseEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas suíçasItaú

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney