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Itaú preencheria vazio deixado pela OGX no Ibovespa

O peso do Itaú passará de 4,5% a 8,9%, a maior alta entre todos os membros


	O empresário Eike Batista: as companhias cujas ações operam a menos de R$ 1, caso da OGX, serão excluídas do índice, anunciou a BM&FBovespa
 (Marcos Issa/Bloomberg)

O empresário Eike Batista: as companhias cujas ações operam a menos de R$ 1, caso da OGX, serão excluídas do índice, anunciou a BM&FBovespa (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 14h22.

Nova York e São Paulo - O peso do Itaú Unibanco Holding SA no Ibovespa está a caminho de dobrar a partir do ano que vem porque a BM&FBovespa SA está procurando expulsar a OGX Petróleo Gás Participações SA de Eike Batista do índice de referência do Brasil.

O peso do Itaú passará de 4,5 por cento a 8,9 por cento, a maior alta entre todos os membros, quando a bolsa começar a listar as ações baseando-se principalmente no valor de mercado em vez de basear-se no volume de operações, conforme estimativas do Banco Santander SA.

A proprietária de faculdades particulares Estácio Participações SA e a corretora de seguros Qualicorp SA também poderiam entrar no novo índice, afirmou a Citigroup Inc.

As companhias cujas ações operam a menos de R$ 1 (US$ 0,44) serão excluídas do índice, anunciou a BM&FBovespa em 11 de setembro. A OGX, cujas ações valiam US$ 0,38 as 10:58am em São Paulo, é o único dos 73 membros do índice abaixo desse nível.

Embora a petrolífera com sede no Rio de Janeiro seja a terceira menor companhia por valor de mercado no Ibovespa, ela possui o terceiro maior peso: suas ações representaram aproximadamente metade da queda de 13 por cento do índice neste ano quando o volume de operações chegou a níveis recorde.

“Como é atualmente, o Ibovespa é apenas um indicador do que acontece com Eike e diz pouco sobre a situação real do mercado acionário”, explica Fausto Gouveia, que ajuda a administrar aproximadamente R$ 440 milhões em ativos na Legan Administração de Recursos, com sede em São Paulo, em entrevista por telefone. “Com a nova metodologia, o Ibovespa provavelmente será menos volátil e mais útil”.

Avaliando Batista

A OGX despencou 91 por cento neste ano, a maior queda no Ibovespa. O caixa da companhia caiu 72 por cento no segundo trimestre, para US$ 326 milhões, menos do que seus gastos trimestrais médios de capital do ano passado, segundo documentos regulatórios publicados no mês passado, levando o Deutsche Bank AG a advertir que a produtora poderia ficar sem fundos no final deste trimestre.

 

 


Suas ações têm o menor valor entre 177 companhias listadas em São Paulo com capitalização de mercado de pelo menos R$ 1 bilhão, segundo dados compilados pela Bloomberg. O índice MSCI Brazil já excluiu a petroleira de Batista no seu último ajuste.

Embora a influência da OGX, as ações mais voláteis no índice MSCI Emerging Markets, de 823 membros, tenha contribuído para a revisão do principal índice acionário do Brasil, o processo tinha sido iniciado antes de a queda das ações dominar o Ibovespa, afirma o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto.

Negociações com detentores de títulos

A OGX não quis realizar comentários sobre a possível exclusão das suas ações do Ibovespa em resposta por e-mail a consultas. Ontem, o CEO Luiz Carneiro declarou aos jornalistas no Rio de Janeiro que a petroleira estava negociando com os detentores de títulos e que esperava evitar ter que pedir concordata.

Apesar de que as ações de companhias financeiras e de consumo serão mais importantes no Ibovespa renovado, os produtores de commodities como petróleo e gás, incluindo a Vale SA, a maior produtora de minério de ferro do mundo, e a Petrobrás, cujo atual peso combinado é de aproximadamente 21 por cento, provavelmente continuarão exercendo uma influência significativa no desempenho do índice.

Elas ainda poderiam chegar a níveis mais altos depois das mudanças, pois estão entre as maiores companhias do Brasil por valor de mercado, segundo os analistas do Citigroup Stephen Graham e Fernando Siqueira.

“Somos um país exportador, muito ligado às commodities, e não necessariamente perderemos essa ligação”, disse Felipe Rocha, analista da Omar Camargo Investimentos, em entrevista por telefone de Curitiba. “Isso resolverá coisas como a diminuição da volatilidade desnecessária, como no caso da OGX. São boas alterações. É algo que o mercado estava pedindo”.

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