Caminhão em fábrica da Sadia (EXAME)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 09h16.
São Paulo – O Itaú BBA rebaixou a recomendação para as ações da Brasil Foods (BRFS3) após a recente alta dos papéis, que chegou a 14,1% em apenas dois dias. A indicação foi reduzida para desempenho em linha com a média do mercado (market perform) para ater-se à disciplina das suas estimavas de fluxo de caixa descontado, mostra o relatório.
O novo preço-alvo para a empresa após a aprovação da fusão entre a Sadia e a Perdigão pelo Cade é de 33 reais, o que representa um potencial de valorização de 11% em relação ao fechamento de ontem de 29,70 reais. As ações da Brasil Foods estão entre as principais baixas desta sexta-feira. Na mínima do dia, os papéis recuavam 3,33%.
“Ficamos bastante impressionados pelo acordo que levou à aprovação da fusão, que pareceu muito melhor do que as outras possíveis alternativas na agenda do Cade. Entretanto, porque a perda nas vendas excede o nosso modelo, mesmo que temporariamente (para as categorias suspensas, agora livres para serem capturadas pela marca Sadia), precisamos ajustar as nossas estimativas”, explica Juliana Rozenbaum, que assina a análise em conjunto com Francine Martins e Enrico Grimaldi.
O banco continua confiante com o potencial de longo prazo da Brasil Foods, “uma eficiente processadora de proteínas e produtora de alimentos com uma diversidade de marcas”, e que é essa expectativa para a empresa uma das principais razões para que as ações tenham sido historicamente negociadas a múltiplos mais altos do que as empresas do mesmo setor. Os analistas acreditam que a Brasil Foods irá, nos próximos meses, ajudar a avaliar melhor a toda a sinergia e espaço de valorização da nova companhia.
O Itaú BBA prevê a melhora nas margens para o curto e longo prazo, dado à diluição material das despesas de vendas e administrativas como o resultado das sinergias a serem capturadas. “Estávamos muito conservadores com as sinergias antes da aprovação”, explicam. A estimativa agora é de que a margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegue a 14,4% até 2013 e quase a 16% na perpetuidade. O banco também contabilizou uma entrada de 1,35 bilhão de reais no caixa a partir da venda de ativos decorrente da decisão do Cade.