“A Itália mostrou a sua prontidão para as reformas – agora elas precisam ser implementadas”, disse o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2011 às 18h33.
São Paulo – Após uma semana muito positiva para os mercados financeiros em todo o mundo, os investidores devem continuar a acompanhar os desdobramentos da crise da dívida soberana dos países da zona do euro. No centro do furacão agora está a Itália, que continua a enfrentar a desconfiança mesmo após o acordo anticrise definido na quinta-feira.
O país comandado pelo primeiro ministro Silvio Berlusconi precisou pagar mais caro em uma emissão de dívida de 20 anos realizada na sexta-feira. As taxas foram as mais altas desde que a Itália entrou na zona do euro.
Os líderes da região têm pressionado a Itália para que comece a aplicar as medidas de crescimento econômico e redução da dívida.
“A Itália mostrou a sua prontidão para as reformas – agora elas precisam ser implementadas”, disse o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble em entrevista ao jornal Der Spiegel.
“Apenas anúncios não ajudam”, disse o político que também alerta para as altas expectativas criadas após a reunião de cúpula da União Europeia da semana passada.
Os bancos e outros credores da Grécia aceitaram renunciar 50% das dívidas do país, o que significa uma redução de 100 bilhões de euros.
Além disso, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) foi ampliado de 440 bilhões de euros para 1 trilhão de euros. O anúncio impulsionou as bolsas de valores em todo o mundo. Na quinta-feira, os líderes dos 20 países mais ricos do mundo irão se encontrar na França para debater a crise europeia.
Agenda
Nos EUA, o grande destaque desta semana está na sexta-feira. O Departamento de Trabalho do país irá divulgar o Relatório de Emprego, com os números sobre a situação do mercado de trabalho no mês de outubro. A expectativa é de que a economia tenha criado 88 mil novos postos de trabalho, contra 103 mil em setembro. A taxa de desemprego deve ficar em 9,1%.
Na Europa, o foco estará voltado para a reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira. Será o primeiro encontro sob o comando de Mario Draghi, que assuma o BCE no próximo 1º de novembro em substituição ao presidente Jean-Claude Trichet. Há uma expectativa por um corte no juro, hoje em 1,5% ao ano, mas o consenso é de manutenção da taxa.
No Brasil, os investidores devem continuar acompanhado a temporada de balanços do terceiro trimestre das empresas. Na agenda econômica, destaque para o indicador de produção industrial na terça-feira.