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IRB (IRBR3): Ações sobem após anúncio de follow-on bilionário

Precificação da oferta está prevista para 1 de setembro; empresa tem o maior volume apostas de queda da bolsa

Recepção no prédio da resseguradora IRB Brasil (IRB Brasil/Divulgação)

Recepção no prédio da resseguradora IRB Brasil (IRB Brasil/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de agosto de 2022 às 15h04.

Última atualização em 2 de setembro de 2022 às 08h53.

As ações do IRB Brasil (IRBR3) avançam quase 3% para próximo de R$ 2,10, e chegaram a liderar as altas do Ibovespa no pregão desta nesta quinta-feira, 25. A forte valorização ocorre após a empresa ter anunciado a aprovação da oferta subsequente (follow-on) de 597 milhões de ações.

O follow-on será destinada exclusivamente para investidores profissionais e poderá movimentar mais de R$ 1,2 bilhão, considerando a cotação atual dos papéis. A precificação da oferta está prevista para o dia 1 de setembro e a liquidação para o dia 6.

Sem acionistas vendedores, todo o dinheiro levantado irá para os cofres do IRB. Os recursos, segundo a resseguradora, serão destinados à "regularização dos indicadores regulatórios estabelecidos pela SUSEP [Superintendência de Seguros Privados]".

"A queima de caixa registrada nos últimos três trimestres levou a companhia à insuficiência de capital regulatório, com o patrimônio líquido ajustado chegando a apenas 64% do capital mínimo requerido e uma insuficiência de R$ 730 milhões de provisões técnicas. A iminente oferta subsequente, que é o principal meio da empresa se reenquadrar", disseram analistas da Eleven em nota. 

O aumento de capital de até R$ 1,2 bilhão já era esperado desde que foi aprovada sua autorização em assembleia geral realizada no início de maio, mas vem ganhando novos contornos nas últimas semanas. Notícia veiculada pelo Brazil Journal há duas semanas informava que a oferta seria anunciada na segunda-feira passada, 15, e que o preço por ação sairia próximo de R$ 1, mais de 50% abaixo dos valores em que os papéis vinham sendo negociados na bolsa.

A publicação teve efeito explosivo sobre os papéis, que fecharam em queda de 9,96%, após a notícia, com investidores vendendo a preço de mercado para, potencialmente, comprar mais barato na oferta.

"A maior questão agora é se realmente a companhia irá conseguir levantar esse capital no mercado, uma vez que a captação de até R$ 1,2 bilhão aprovada, somada aos R$ 2,1 bilhões captados em 2020 já é superior ao valor de mercado atual da companhia. É grande o desafio da nova gestão em reenquadrar o IRB no capital regulatório mínimo", avaliaram analistas da Eleven.

Maior aposta de queda da bolsa

Reflexo das preocupações sobre como a empresa sairá dessa são as posições vendidas no papel, em que o investidor obtém lucro com a queda das ações. A taxa de tomador, paga para fazer montar a posição vendida, é a mais alta da bolsa, de 63,65% ao ano. A taxa estava próxima de 47% até o encerramento do pregão de terça-feira, 23. O segundo papel com a maior taxa de tomador são os do Nubank, com 17,78%.

As ações do IRB acumulam cerca de 45% de queda no ano. Desde o estouro de escândalo envolvendo irregularidades administrativas e falsos boatos sobre investimentos de Warren Buffett na empresa, em 2020, os papéis da companhia já caíram 95%.

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